terça-feira, 31 de julho de 2018

UMA BABÁ QUASE PERFEITA

Sim, a Lena (Marilene de batismo) é nossa babá quase perfeita. Que bom, porque acho gente muito perfeita um tanto chata. Tipo príncipe encantado de filme da Disney, sabe? Tão sem sal!!
Ninguém acredita quando eu digo como ela apareceu nas nossas vidas, mas é verdade, ela bateu na nossa porta. No final da gestação do Arthur, que nasceu com mais de cinco quilos (sim, você leu certo), eu não ninguém para me ajudar em casa e com as crianças. Naquele momento eu nem imaginava a virada que minha vida daria. Mas ali estava ela, na minha porta, dizendo que nunca foi babá. E eu pensando: Tenho alguém que vai me ajudar!!
O Arthur nasceu e logo veio para a UTI. E de 2010 a 2013 nossas idas e vindas para UTIs foram inúmeras. A Lena é curiosa, assumiu a bronca, quis ficar junto. Perguntava tudo para a fonoaudióloga e para as fisioterapeutas e foi aprendendo a estimular, a construir linguagem, a produzir significados, enchendo a vida do Arthur de sentidos e de carinho.
Os anos passaram e a gente foi aprendendo a se amparar, acabou por virar babá de todos, cuida dos temas e horários do João, da saúde do Cláudio, do meu sono que é pouco, geralmente é a primeira que ouve tudo que escrevo, bate texto de apresentação e faz as críticas necessárias. Tomou conta para poder tomar conta.
Convivência muito próxima nem sempre é fácil, só sabe quem partilha o cotidiano, mas aprendemos tanto uns com os outros. E foi assim, que ao longo desses oito anos e meio a Lena foi se transformando numa babá quase perfeita, com papéis que às vezes se confundem com o de meio mãe, meio irmã, meio um monte de coisas que fazem ela ser quem é, a “namoladinha pefeíte” do Tutuks. 

sábado, 28 de julho de 2018

PROCURANDO SER UMA MÃE SUFICIENTEMENTE BOA (DIAS DE TEMPESTADE)


 
Sétima semana de internação hospitalar. Sete semanas que passo a dividir o tempo entre os filhos, tentando ser uma mãe suficientemente boa para o João (meu filho mais velho, hoje com 14 anos), passando um tempo com ele, fazendo comidinha caseira, bolo de cenoura, vendo séries na TV, ouvindo música, batendo papo. Procurando ser uma mãe suficientemente boa para o Arthur, passando o tempo a fazer fisioterapia - porque uma nova atelectasia apareceu do nada para desafiar a habilidade técnica e a paciência -, cantando cantos, narrando contos, fazendo “chamegoterapia”. Procurando ser paciente com o Cláudio e esperando paciência dele para comigo. São 49 dias que só nos encontramos, o Cláudio e eu, nas “trocas de plantão” na UTI. A vida tem suas prioridades e emergências, neste momento a urgência é saber viver com leveza, paciência e zelo.


*Essa que sou, mãe, professora, fisioterapeuta, contadora de histórias, escritora, dançante (não exatamente nessa ordem), estou com meu filho mais novo, Arthur, hospitalizado. Esse é o relato desses dias de tempestade, que escolho fazer da forma mais amorosa e serena que puder.
 

quinta-feira, 26 de julho de 2018

MOSAICO DE CANÇÕES PARA AQUIETAR O CORAÇÃO E COMPOR O TEMPO

Tem artistas que ajudam a dar mais sentido à vida da gente, que fazem parte de nossa caminhada, que nem imaginam o tamanho da importância do seu trabalho nos momentos mais turbulentos de nossas vidas. Nem sei a quanto tempo escuto as canções do 5 a seco, mas elas me são realmente fundamentais. Em 2012, no primeiro show em Porto Alegre, eu estava lá, "feliz pra cachorro"!! Os meninos cresceram e como cresceram!! Que trajetória incrível, que gurizada bacana!! Esperei 6 anos para vê-los novamente no palco. Quando fiquei sabendo do novo show em Porto Alegre, em 15 minutos já tinha os ingressos comprados na primeira fileira. Mas a vida tem dessas coisas, esses desvios que a gente precisa fazer. Estou em tempo de presença física necessária para dar sentido à vida que se faz urgente. Por isso, escolho adiar o encontro, mas seguir encontrando sentidos que me preenchem e me significam em suas canções. Que o show seja lindo, meninos!!