Você já observou uma criança brincando com algo que
lhe interessa?! O brinquedo pode ser qualquer objeto, tampinhas, pedras,
gravetos, potes. Mas, quando a brincadeira inventada é interessante, a criança
fica longo tempo brincando. Muitas vezes, deixa tudo organizado para voltar e
brincar mais no próximo dia. E neste brincar, ela monta, desmonta, resolve problemas,
cria situações, inventa, reinventa, dá significado, aprende.
Aprendizado exige comprometimento, dedicação,
intenção, interação e desejo. Uma criança brincando está criando e buscando
estratégias para resolver seus conflitos e entender o mundo. Nenhuma criança está
“apenas brincando”. Por isso, é tão importante que os pequenos fiquem menos
tempo expostos às telas. Pois, em frente à tela eles não inventam, não criam
seus próprios problemas.
Essa lógica vale também para quando já somos
crescidos. É preciso desejo para aprender qualquer coisa na vida. Não
aprendemos aquilo que nos é ensinado, mas aquilo que nos mostramos interessados
e disponíveis para aprender. Numa sala de aula, por exemplo, um professor dá a
mesma aula para um grupo de trinta alunos, mas apenas aqueles que tiverem disposição
para estar ali, terão condição de aprender de fato.
É claro que em uma sala de aula existem muitas
variantes para pensar os processos de aprendizagens. Mas, mesmo pensando em uma
turma onde todos os alunos são bem alimentados e têm condição social e afetiva
suficientemente boas para lhes colocar em situações favoráveis ao aprendizado.
Ainda assim, se não houver vontade e disposição para o aprendizado, ele não
acontecerá em todo seu potencial.
Voltando ao exemplo da sala de aula, professores não
dão conteúdos, eles oferecem situações para que o estudante possa aprender com
elas. Por isso, são necessárias estratégias distintas para dar conta de abraçar
a complexidade de seres pensantes que habitam o espaço escola. Ainda assim, é
preciso uma disposição pessoal para que uma situação nos faça aprender com ela.
Para aprender, seja um conteúdo escolar, seja a manejar as situações adversas
da vida, é preciso o comprometimento de uma criança brincando.