sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

SOBRE LEITORES E LEDORES


Noite passada minha amiga Elaine Maritza escreveu em sua linha do tempo no Facebook: “Quem lê e não é tocado a ponto de olhar diferente e mais demorado para a vida com todas as suas nuances de gente, radicalizando, a cada leitura, sua capacidade de colocar-se no lugar do outro, não é leitor, é LEDOR. Lê, às vezes, por força da profissão, pra ser "bacana", pra contar que lê e pra mostrar o que lê, sem de fato ter lido. Vence páginas. E só”.
Sei (sabemos) que por definição “leitor” e “ledor” são palavras que tem uma mesma origem, mas ganham significados diferentes, que podem ser ainda mais distintos e diversos, dependendo do contexto em que são usadas. O uso da expressão “ledor” vem tornando-se muito habitual e sua função bastante conhecida, devido ao árduo trabalho do movimento inclusivo na educação. O “ledor” é um profissional necessário para garantir a acessibilidade de alunos cegos e deficientes visuais aos conteúdos escolares, tanto na escolarização básica como no ensino superior. “A Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência em seu artigo 9 destaca a figura do ledor como sendo assistência humana, como forma de assegurar a igualdade de oportunidades”.
Creio, no entanto, que quando escreveu sua percepção sobre ser/estar leitor ou ledor, minha amiga tenha usado a expressão “ledor” num outro sentido, que diferencia o engolidor de palavras daquele que às saboreia, que se permite ser outro no mundo através da experiência leitora. Nossa linda língua portuguesa é absolutamente polissêmica, ou seja, nos permite aplicar uma multiplicidade de sentidos a uma mesma palavra. Daí muitas vezes as confusões que podem até criar um embate teórico, pois uma mesma expressão num determinado contexto pode ganhar um significado muito distinto em outro.
Hoje pela manhã, relendo os dois primeiros textos do livro “Educação dos sentidos e mais...” (Rubem Alves, 2005) e pensando na escrita da minha amiga, creio que o que a Elaine estava dizendo é que pode-se ler um livro com óculos guardados na Caixa de Ferramentas ou óculos guardados na Caixa de Brinquedos. A Caixa de Ferramentas, segundo Rubem Alves, é da ordem do uti, são utensílios e ferramentas inventados com alguma função utilitária para o ser humano. A ordem do frui, ao contrário, é a ordem do amor – coisas que não são utilizadas, que não são ferramentas, que não servem para nada. Elas não são úteis; não inúteis. Porque não são para serem usadas, mas para serem gozadas”, diz nosso poeta.
Nesta perspectiva poética creio que os “ledores”, os quais menciona Elaine Maritza, leem com óculos guardados na Caixa de Ferramentas. Sabem ler para si e para outros, mas não desfrutam, não se deixam levar, não fruem nem fluem. O verdadeiro leitor usa óculos da Caixa de Brinquedos, é capaz de desfrutar, digerir, aprender e compartilhar. Um bom ledor (aquele que realiza atividades de leitura no campo da educação, para pessoas com deficiência visual) há de ser um bom leitor!!
Fontes:
ALVES, Rubem. Educação dos sentidos e mais... Campinas, SP: Versus, 2005.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

CRIANÇAS ESPECIAIS DÃO MUITO TRABALHO

Quando as pessoas me perguntam se tenho um filho especial, sempre respondo que tenho dois filhos especiais, mas um deles nasceu com uma grave lesão no cérebro. Respondo assim porque é assim que consigo pensar a minha vida com meus filhos. O João não é menos especial do que o Arthur porque tem habilidade para jogar basquete aos 12 anos de idade. Nem o Arthur é menos especial do que o João porque não consegue sustentar o pescoço sozinho aos 6 anos de idade. Com o João eu vou ao cinema, eu jogo Uno, pife, Boogle Slam, assisto séries de aventura e converso muito sobre o nosso cotidiano. Com o Arthur eu leio histórias, ouço músicas e observo as suas reações a cada música que coloco, danço com ele no colo, assisto Cocoricó e Gaby Estrella, porque são séries cheias de sons. Apresento o mundo para os dois através do toque, do olhar, do brincar, dos sons e das palavras. Os dois são diferentes, tem condições diferentes de experimentar, e portanto, de conhecer o mundo. Mas nenhum é mais especial, por razão alguma. Digo para eles todos os dias que eu tenho dois filhos preferidos, um primogênito preferido e um caçulinha preferido. Não gosto de ser chamada de mãe especial, embora saiba que as pessoas, quando assim se referem a mim, o fazem cheias de bons afetos. Uma amiga me disse essa semana que eu tenho que ter paciência com ela, que isso é algo que ela ainda tem que aprender comigo. Penso que aprendemos juntos todos os dias, mas as pessoas com deficiência que convivem comigo (e são muitas, por conta dos meus quase 21 anos de prática fisioterapêutica), são especiais não porque possuem uma deficiência, mas porque são pessoas incríveis, que me permitem aprender com elas, pela convivência amorosa e amizade que me oferecem todos os dias que estamos juntas. Criança tem que ser especial porque é criança. Adolescente tem que ser especial porque adolescente. Adulto tem que ser especial porque é adulto. Precisamos ser especiais porque ainda sabemos exercer a nossa humanidade, com todos, independente da sua condição física, intelectual, da sua raça, raça, cor, orientação sexual, condição financeira, entre outras possibilidades de classificação e segregação. Um mundo onde todos são especiais é um mundo que dá condições de equidade para que possamos conviver de forma mais amorosa e solidária.
Quanto às crianças, há uma conhecida música do Palavra Cantada que diz faz um bom tempo: “Criança não trabalha, criança dá trabalho”. Até onde sei, essa é uma verdade para as crianças, todas elas, com ou sem deficiências motoras, físicas, intelectuais ou sensoriais.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

QUANDO UMA PALESTRA NASCE DE UMA METÁFORA (I)

Quando o município de Vera Cruz me convidou para fazer a abertura do ano letivo, com todos os professores da Rede Pública, eu fiquei muito feliz. Eu tenho um carinho todo especial pelo município e especialmente pelos professores de lá, que sempre tão bem me acolheram durante as pesquisas que desenvolvi em suas escolas. Já fiz palestras em Vera Cruz (e até já atuei como Fisioterapeuta naquele município. Meu primeiro campo de atuação na clínica fisioterapêutica foi em Vera Cruz), mas dessa vez eu tinha um desafio diferente, pois não havia um tema pré definido, eu tinha liberdade para decidir que rumo dar à minha fala. Que difícil foi essa tarefa!! Nesse momento tão frágil que passamos em nosso país, o que seria interessante para trabalhar com os professores?! Demorei muito tempo para decidir, mas pensei que educação não se faz sem seus profissionais e que esses profissionais dedicam-se, muitas vezes, mais horas de seu dia à sua atividade profissional (dentro e fora da escola) do que à sua casa e seus familiares. É frequente que esses profissionais esqueçam de si, de sua saúde, de seu corpo, esse corpo que permite que ele expresse quem é.
Meu ponto de partida foi o corpo do educador, assim nasceu a primeira ideia que deu origem à fala “O educador e sua casa ser”. Mas meu pensamento flui muito melhor quando tenho uma metáfora boa sobre a qual me debruçar. Pensei nesse corpo que carregamos todos os dias junto para tudo que fazemos. Esse corpo que nos dá alegria e também manifesta dores. Foi assim que surgiu a imagem do caracol e no Google encontrei a bela ilustração “O Homem Caramujo”, pintada por Eduardo Barroso. Entre os devaneios necessários, lembrei do livro Cara Caracol, de autoria da minha amiga muito querida Helô Bacichette. Foi assim que reli o livro e encontrei a metáfora perfeita para o que eu queria. Cara Caracol é um personagem cheio de poesia e que, com certeza, encanta as crianças a se encaracolar muitas vezes. Mas Cara Caracol tem uma profundidade impar para o adulto atento, o adulto que ousa, assim como Cara Caracol, olhar para além de onde o olho alcança.  Foi um prazer conduzir a minha fala através de várias narrativas, contos de Eduardo Galeano, de Clarissa Pinkola Estés, Sean Taylor e a poesia da minha amiga  Helô.
Quando terminei minha fala, confesso que fiquei apreensiva. Será que havia sido suficientemente interessante para os professores? Será que teria sido útil para eles? Percebi que estava buscando um sentido utilitário na minha fala e isso estava me incomodando. Foi quando lembrei do Rubem Alves e das suas caixas, a de ferramentas e a de brinquedos. Para Rubem Alves "a vida não se justifica pela utilidade. Ela se justifica pelo prazer e pela alegria - moradores da ordem da fruição". Eu optei em buscar os "instrumentos" para a minha fala na minha Caixa de Brinquedos. Foi uma escolha, mas se nós, trabalhadores da educação, não formos capazes de nos emocionar, de perceber, de ser, o que seremos nós?!
 
Felicidade é algo que faz
a gente crescer de dentro pra fora,
que permite fazer pulsar a humanidade em nós.
Felicidade rima e combina com amizade,
como a nossa, Helô!!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

A FOLIA DE CARNAVAL PRECISA MESMO SER POLITICAMENTE CORRETA?!

Ontem no Jornal Gazeta do Sul saiu uma matéria breve, mas interessante, falando sobre as marchinhas de carnaval que seriam "politicamente incorretas" para os tempos atuais. Quando li fiquei pensando o que seria "politicamente correto" para os nossos tempos? Excluir as histórias do Monteiro Lobato do Ensino Fundamental, bem como tirar o estudo de história dos currículos escolares é negar quem somos, negar nosso próprio passado. Sempre penso que "não há texto sem contexto" e por sermos seres narrativos, precisamos nos narrar para que possamos nos compreender, para que possamos nos saber. Negar a história real e ficcional, é abrir mão deste conhecimento que ampara quem somos, que é fundante. Nesta mesma perspectiva vejo essa "polêmica" das marchinhas de carnaval. Não cantar "teu cabelo não nega mulata" não vai resolver o problema do racismo, não cantar "olha a cabeleira do Zezé", não vai resolver as questões da homofobia. Parece-me que esta questão joga é a poeira para baixo do tapete. Essa história de "politicamente correto" parece, por vezes, mais negar os fatos que amparam a história do que trazer para a discussão contextualizada questões importantes de serem discutidas para que possam um dia ser superadas, sem negação. Não tocar marchinhas e tocar funk e sertanejo universitário não resolve o problema, só muda o problema de endereço. Talvez esse ano toquem: "não sei se dou na cara dela ou bato em você/ mas eu não vim atrapalhar sua noite de prazer/ e pra ajudar a pagar a dama que lhe satisfaz/ toma aqui uns 50 reais", ou quem sabe: "A mulherada tá dançando, sensual e gostosinha/ balançando, balançando, balançando a ''bacurinha'', ou ainda: "Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, calma calma foguetinha". Talvez essas letras, que tem ocupado cada vez mais nas festas de nossos jovens, sejam as que irão "alegrar" os bailes de carnaval para fazer crescer o eco dos politicamente incorretos de  fato! Creio que é preciso repensar a sociedade como um todo, inclusive as marchinhas e o carnaval. Mas negar o passado, nunca!!

domingo, 19 de fevereiro de 2017

O RISCO DE UMA EDUCAÇÃO QUE INFORMA MAS NÃO EDUCA

Fazer só o que se gosta, estudar só o que se quer é o sonho de qualquer adolescente. Mas isso lhes ensina o que sobre a vida real?! Na minha percepção, o que está sendo proposto com esta reforma do Ensino Médio é uma educação que não educa para a vida - falo de uma vida plena e não de uma vida feita para obedecer ordens. (In)formação não é educação! Me preocupa pensar que o futuro será de escolas que ocupam-se da transmissão de informações e conteúdos, mas deixam de lado a formação de um sujeito crítico, que seja capaz de resolver-se para além do óbvio que a vida lhe apresenta. Um país “digno, decente e equilibrado socialmente e educacionalmente”, como propôs Mendonça Filho, em 2016, durante uma reportagem do Jornal Nacional, não se faz com sujeitos que não sejam capazes de fazer uma crítica sobre a sociedade onde vivem. Quem sabe ajudasse, nesse contexto, uma oferta de arte e cultura que fosse capaz de provocar a criticidade. Mas a possibilidade do pensamento crítico está sendo guilhotinada da vida do estudante brasileiro em todos os lugares onde este possa buscar guarida.
Com relação ao direito de escolha profissional ainda durante o Ensino Médio, posso dizer que cursei todo o Ensino Médio com a certeza absoluta que iria cursar Publicidade e Propaganda no Ensino Superior. Não havia dúvida disso!! No ano seguinte a minha vida deu um giro e acabei cursando Fisioterapia. Hoje sou Fisioterapeuta, Pedagoga, Narradora Oral e Escritora, plenamente realizada em todos os meus fazeres e nem me imagino publicitária. Falo isso porque somos muitos jovens no Ensino Médio para termos certezas absolutas do que iremos querer para o resto de nossas vidas e nem todos os adolescentes tem ainda maturidade para essa decisão. Alguns já sabem, já sabiam desde pequenos, sonharam com aquela profissão, muitas vezes influenciados por algum familiar ou amigo. Mas não é assim com todos, nem é assim com a maioria.
Uma educação melhor se faz dando melhores condições de trabalho, formação continuada de qualidade, valorização profissional e remuneração justa aos professores. O que se faz hoje é justamente o contrário, os professores têm condições mínimas de trabalho, seus salários são parcelados, seu trabalho é desqualificado pelos gestores públicos e muitas vezes pelas famílias de seus alunos.
Engatamos a marcha ré e colocamos o pé no acelerador com força total!! Vamos rumo à barbárie, aumentando mais e mais os direitos de futuros cidadãos, que vão se tornando cada vez mais falhos com relação aos seus deveres e ao respeito às regras de convívio social. Um mundo só de direitos é um mundo insustentável, é um mundo de bárbaros!!
Essa reforma e as medidas que se vem tomando no campo da Educação apontam um caminho que me assusta. Além do mais, é uma reforma que vai sendo imposta na correria, sem reflexão com a sociedade, sem escuta aos profissionais da educação. Parece haver uma urgência em mudar tudo, não porque se acredite em algo, mas porque se quer arrasar com tudo que foi construído até então, sem deixar vestígios para a história do caminho percorrido até aqui. E ainda citam a Europa como exemplo, sem levar em consideração o tempo histórico e a história de um e de outro continente. Estamos vivendo tempos insanos, tempos de cólera, tempo de barbárie!! Meu medo é que cheguemos à Idade Média, ou quem sabe, voltemos às cavernas!! 

sábado, 18 de fevereiro de 2017

MERITOCRACIA (TEXTO DE EDISON BOTELHO)

MERITROCRACIA
(Edison Botelho)
Então me dizem que quem tem milhões fez por merecer.
Então pergunto: quem trabalha 16 horas por dia ensinado merece o quê? Confronto com o governo, cuja realidade corrupta e burra lhe rouba os cobres?
E quem passa algumas horas do dia reproduzindo dinheiro nas rodas financeiras merece o quê? Conforto com o governo cuja realidade absurda e burra lhe trata como nobre?
Então me dirão que estes ricos geram emprego. Ignoram que é o ensino que permite que as pessoas adquiriram competências e habilidades para este mercado de trabalho, que é um mercado de exploração.
Oito pessoas no mundo tem a metade das riqueza da humanidade.
Não terão tempo de vida suficiente para usar tudo que tem. Não tem tempo de trabalho suficiente para justificar tudo que tem. Não sabem o que bem fariam ao mundo se distribuíssem uma parte de tudo que tem.
Mas meus sábios interlocutores, em suas orações pedindo felicidade própria não se lembram que "amai-vos uns aos outros" não rima com meritocracia, mas com solidariedade, com distribuição de riqueza, com igualdade.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

NEM TUDO QUE É LEGAL É ÉTICO

O Jornal “Folha de São Paulo publicou hoje uma matéria dizendo que Governo pagou youtubers para fazerem elogios às mudanças do Ensino Médio. O texto dos meninos no vídeo publicado em outubro de 2016 é cheio de informações, muito mais do que suas opiniões, sobre a Reforma do Ensino Médio. Como destaca a Folha “o material tem aparência de espontaneidade, mas trata-se de publicidade disfarçada do Ministério da Educação (MEC). O Governo de Michel Temer teria pago R$65.000,00 para o Canal “Você Sabia” falar bem sobre a reforma do Ensino Médio. “Segundo o MEC, canais de influenciadores digitais complementam a estratégia de comunicação institucional. A pasta informou que o pagamento foi realizado dentro da legalidade, por meio da agência escolhida por licitação para atender o MEC. ‘As mídias digitais são uma realidade e a campanha institucional do MEC nestes canais é adequada, legal, barata e eficiente para atingir o público alvo do ensino médio’, diz nota da pasta”.
Como educadora e mãe de um adolescente, penso ser uma grande sacanagem youtubers convencerem os jovens de que pensam que algo é muito bacana, quando na verdade essa não é sua opinião própria, mas um grande marketing disfarçado!! Só porque o pagamento foi realizado dentro da legalidade não significa que essa estratégia seja ética!!
Fonte: http://m.folha.uol.com.br/educacao/2017/02/1859532-governo-paga-youtubers-para-fazer-elogios-as-mudancas-do-ensino-medio.shtml

FALANDO SOBRE "O EDUCADOR E SUA CASA SER" EM VERA CRUZ

Foi tão legal conversar com os professores de Vera Cruz sobre "ser", sobre seus muitos seres (humanos, complexos, mamíferos, bípedes, ensinantes, aprendentes, inventores, abraçadores, carregadores de casas, cascas, famílias, amigos). Joguei muitas sementes em forma de poesia, de narrativa, de movimento, de gestos, de olhares, de reflexões. Desejo que estas sementes encontrem solos férteis em muitos corações!! Falar para um grupo é, individualmente, como um oráculo, cada um recebe o que precisa, na medida do que consegue acolher e interpretar a partir das suas percepções, do seu estar no mundo. Que algumas de minhas palavras possam encontrar acolhida nos corações e que as sementes possam produzir flores e os frutos ao longo do ano e das vidas!! Cheia de gratidão aos professores de Vera Cruz e a toda equipe da Secretaria de Educação, que tão gentilmente me convidou e confiou no meu trabalho para essa acolhida amorosa e reflexiva, um respiro para iniciarmos o ano letivo!!
E a manhã foi cheia de conversa
 
 Narrações
Movimento 
 
Música
 
Abraços
 
Proposições
 
Bom Humor
 
Poesia
Novas tecnologias: "o olhador"!! 
 
Devaneios
Reencontros:
Com as minhas queridas amigas Berta e Mariani
Sorrisos "esgamelados" da minha amiga Cláudia
Amores suspirados com a minha amiga Argélia
E na volta... teve terra,
Natureza
E lindas paisagens!!
Começando o ano letivo com tudo que preciso, bons afetos, amigos, poesia, histórias, reflexões necessárias com bons autores e natureza, para lembrar que sou um corpo de sente, percebe, aprende e está no mundo para viver e (re)aprender!!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

E AMANHÃ É DIA DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA EM VERA CRUZ

Amanhã vou conversar com os professores de Vera Cruz (RS) sobre "ser", sobre ser educador, homem, mulher, pessoa e como o somos nesta casa, casca, corpo que habitamos e a partir do qual, somos. A ideia é puxar um pouquinho o freio de mão para refletirmos sobre nós, como nos percebemos, como somos e como habitamos esse espaço físico que nos habita. 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

PRESENTES QUE CONTAM HISTÓRIAS: LP COOMPOR CANTA LUPI

Adoro presentes que contam histórias. Esse é um presente que tem muita história, o LP do Projeto "Coompor Canta Lupi", onde grandes músicos do Rio Grande do Sul interpretam canções do Lupicínio Rodrigues. Lembro das imagens do show, que assisti pela TV ainda adolescente. Referências musicais fundamentais na minha formação musical, poética e humana!!
Muitos, muitos anos depois das apresentações do Projeto "Coompor Canta Lupi", conheci a Ana Lúcia Zinn Tavares, uma figuraça, contemporânea de amores musicais. A Ana foi minha aluna no Curso de Fisioterapia da Unisc e me contou que foi no show do projeto Coompor em Cachoeira do Sul e que tinha o disco. Dois sonhos meus, não realizados, é claro!! A Ana então me prometeu passar o LP para CD e me dar uma cópia de presente. Mas o tempo passou, ela se formou  e a promessa ficou.!!
Muitos anos depois de ter sido professora da Ana, recebo uma mensagem dela dizendo que havia comprado um presente para mim, no Brique, em Porto Alegre. Nem pude acreditar!! Em 2016 fui à Cachoeira do Sul, buscar o meu presente!!
Esse disco habitou meu sonho por 27 anos, dá pra imaginar a alegria de recebe-lo de presente?! Hoje minha manhã foi para escutar incansáveis vezes o meu presente!!

sábado, 4 de fevereiro de 2017

O SUMIÇO DO PAI DA CAROL (DA SÉRIE AMIGOS ESCRITORES QUE AMO) #FICAADICA

O sumiço do pai da Carol é um dos livros que mais gosto do meu amigo Marion Cruz. É divertido, bem costurado, brinca com as palavras e com os afetos da pequena Carol, que fica muito preocupada quando acorda certo dia e não encontra seu pai em casa. O abraço do pai era a melhor coisa do mundo e Carol nunca havia passado um só dia sem ele. E agora: - Cadê o pai?!
Nestas férias tenho relido muitas histórias. Gosto de reler histórias para o Arthur, meu filho mais novo. Como a linguagem dele é toda corporal e os sinais são sutis, preciso dar a oportunidade dele se manifestar de modo que eu possa compreendê-lo e ele se saiba compreendido. Quando releio uma história dou a chance dele poder, através de sons, piscadinhas e sorrisos, me confirmar que gostou da história e ampliar o seu linguajar. “O sumiço do pai da Carol” é uma das histórias que quando pergunto ao Arthur se ele quer que eu releia, recebo rapidamente duas piscadinhas como resposta!! #FICAADICA

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

2º ENCONTRO LITERÁRIO ARGENTINA-BRASIL "UNIENDO PALABRAS"

Muito feliz em participar do primeiro dia do 2º Encontro Literário Argentina-Brasil “Uniendo Palabras” e compartilhar tão bons afetos em forma de palavras amorosas, histórias sensíveis, abraços amorosos, sorrisos sinceros e conversar divertidas.
O 2º Encontro Literário Argentina-Brasil “Uniendo Palabras” acontece nos dias 2 e 4 de fevereiro de 2017, no Teatro Carlos Carvalho, da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), em Porto Alegre. O encontro é promovido pelo Grupo de Contadores de Histórias Porto de Palavras (Brasil) em parceria com o Instituto Cultural Latinoamericano (Argentina) e reúne escritores, contadores de histórias, ilustradores e educadores num afetuoso sarau literário. O público também é convidado a participar do Sarau.
O evento iniciou com a apresentação do espetáculo teatral “Somos un numero”, com a talentosa atriz Julia Castellani. A história se passa numa fábrica têxtil, uma grande máquina de devorar sonhos, pensamentos e até mesmo a vida dos funcionários. A história é ao mesmo tempo delicada, crítica e divertida. Após a peça aconteceu o Sarau, com a leitura e narração de histórias, realizadas nas línguas dos dois países.
Foi bonito demais o encontro, uma grande confraternização! Ficou o desejo de reencontro!! 
Julia Castellani, no espetáculo teatral “Somos un numero"
Abertura com Silvio Wolff (coordenador do Grupo Porto de Palavras) e
Rosana Silva (presidente do Instituto Cultural Latinoamericano)
 
 
  Narração de Emilse Córdoba
Narração de Mónica Druetta 
 
Narração de Mirta Oliva
 
 
Narração de Maria del Carmen Guarino
 
 
Narração de Léla Mayer (euzinha)
 
Narração das minha queridas amigas
Lulu (Maria Luiza) e Gracinha
Narração da linda Carminha
 
Amizades que se fazem pelas palavras!!
 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

SOBRE O PODER TERAPÊUTICO DOS LIVROS QUE FAZEM RIR

Hoje postei no correio uma carta. Sim, uma carta!! Às vezes penso que desaprendemos a nos comunicar de uma forma mais pessoal, afetiva, que nos permite uma presença um pouco mais próxima, apesar da distância. Na verdade, andamos desaprendendo muitas coisas ultimamente!!   
Minha amiga, destinatária da carta, passa por um momento frágil com sua saúde e eu queria presenteá-la com um livro que lhe permitisse momentos de prazer e relaxamento. Pensei em vários títulos e autores - e neste momento somos tentados a procurar por livros mais reflexivos. Mas em situações complicadas a vida já nos torna bastante reflexivos, não é mesmo?! Então fiquei lá, na Iluminura (livraria encantadora aqui de Santa Cruz do Sul, que por vezes torna-se quase minha segunda casa), pensando em um título. Lembrei que em momentos difíceis, nas muitas hospitalizações do meu filho Arthur (e falo de três anos passados praticamente dentro de hospitais), os livros da Cláudia Tajes eram os meus momentos de respiro, em que eu podia fugir um pouquinho da UTI Pediátrica, mesmo sem passar pela porta. Os livros da Cláudia Tajes são deleite puro! A Cláudia narra grandes tragédias hilariantes, que fazem a gente pensar no quanto podemos ser ridiculamente divertidos. Amei todos os que li!! Não deu outra, escolhi presentear minha amiga com momentos de leveza, pelo simples poder terapêutico do riso que uma leitura cheia de bom humor pode oportunizar!!
Dica de alguns dos livros da Cláudia Tajes
que eu adoro!! #Ficaadica