Mais um ano chega ao fim. E foi um ano e tanto. Ao
final do ano passado, desejei que 2021 trouxesse a vacina para a COVID-19 e
também mais bom senso e lucidez às pessoas. As vacinas chegaram e salvaram
muitas vidas. O bom senso e a lucidez, por sua vez, seguem “em passos formiga e
sem vontade”.
Essa semana, quase dois anos após a chegada do
coronavírus à Terra Brasilis, recebi um vídeo ainda defendendo o uso de
vermífugos como tratamento para a COVID e depondo, sempre com mentiras
sensacionalistas (é claro), contra a vacina. O Brasil é um país modelo em
campanhas de vacinação. Já erradicamos doenças antes fatais, através da
vacinação em massa.
De repente, no meio de uma pandemia, as pessoas
resolveram questionar insistentemente a eficácia de vacinas que já provaram
salvar vidas. Os argumentos são os mais frágeis: – “foram produzidas muito
rápido”, dizem alguns. Sim, o mundo parou por causa de uma pandemia.
Consequentemente, os cientistas debruçaram todos os seus esforços em encontrar
uma vacina que pudesse minimizar os danos de um vírus novo e muito agressivo.
Além da união de esforços, hoje temos tecnologia muito mais avançada do que há
dez, vinte, trinta anos.
Outros dizem que “não há 100% de eficácia comprovada”.
Genteim, não existe 100% de eficácia comprovada em coisa alguma nessa
vida. Além disso, as vacinas não evitam
a contaminação. O que evita o contágio é o uso de máscara, a lavagem de mãos, o
uso frequente de álcool em gel e evitar aglomeração de pessoas. As vacinas, por
sua vez, colocam nosso corpo em melhor condição de combate, para contra atacar
o inimigo invisível, caso não consigamos escapar dele.
Ao final de 2021 não é mais aceitável ficar
discutindo o indiscutível. Como declarou a infectologista Luana Araújo, discutir
o uso de medicamentos sem comprovação científica para tratar a COVID é
"delirante, esdrúxulo, anacrônico e contraproducente [...] É como se
estivéssemos discutindo de que borda da terra plana vamos pular".
Para 2022 almejo menos do que desejei para 2021,
uma vez que vacinas já temos. Espero apenas que tenhamos todos mais bom senso e
lucidez. Tratamento precoce é máscara no rosto, cobrindo boca e nariz. O resto,
é conversa pra boi dormir. Que na contagem regressiva todos os antolhos
desapareçam, que a vida siga seu curso e cada pessoa compreenda que é
responsável por todas as vidas. Feliz 2022!!