sábado, 22 de setembro de 2018

UM POEMA EM CADA ÁRVORE 2018 - SANTA CRUZ DO SUL

Hoje pela manhã, a convite da amiga Fabiana Piccinin, eu, a Fabi e a querida Cláudia Vogt, nos encontramos para distribuir poemas de poetas locais em três praças de Santa Cruz do Sul (RS). O dia estava lindo e nós nos divertimos semeando amor em forma de poesia.  Essa ação fez parte da mobilização nacional "um poema em cada árvore", que é uma iniciativa de incentivo à leitura que utiliza as árvores como forma de convidar as pessoas ao mundo da leitura, pendurando poemas de poetas contemporâneos nas praças das cidades das regiões participantes. O projeto que começou em Governador Valadares (MG), em 2010, atualmente engloba 140 cidades das 5 regiões do país. Idealizada pelo poeta Marcelo Rocha e realizada pelo “Instituto Psia, a iniciativa possui uma característica pioneira e de fácil replicação que se propõe à construção de novos espaços de fruição poética, ampliação do acesso da população à poesia e divulgação do trabalho de poetas contemporâneos para novos públicos”. Vida longa aos poemas que florescem a cada primavera!! 
Saiba mais em
http://www.institutopsia.org/p/um-poema-em-cada-arvore.htm
Bonito ver essa união entre pessoas, natureza e poesia 
 É tão lindo ver poema dar em árvore 
 Nós, as semeadoras de poemas 
 Eu, Cláudia e Fabiana 

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

NUBE BRANCA VIAJA AO BRASIL


Hoje eu recebi um presente amoroso e cheio de significado pra mim. Como sabem, sou apaixonada pela região da Galícia (Espanha), seu povo, sua língua e seu folclore. A Galícia é a terra de meu bisavô e um lugar que me encanta. Em julho deste ano, a Libraría Escolma (que fica lá do outro lado do oceano, em Carballiño, na Galícia) promoveu um sorteio no Facebook e eu ousei participar.
Eram dias difíceis aqueles, estávamos com o Arthur internado a mais de um mês no hospital e para alegrar meu coração recebi uma mensagem da querida Marta Alberte,  dizendo: “Non che tocou o libro no sorteo, os gañadores foron outros pero queremos facerche chegar un libro infantil escrito por un mestre do Carballiño para que lle leas ao teu filho ou a outras crianças, se gostares”.
Receber uma mensagem em galego já me é um regalo e tanto. Fiquei tão feliz com a possibilidade de ter em minhas mãos uma história escrita nessa língua que amo!! Hoje recebi pelo correio “Nube Branca”, a história de uma indiazinha que queria ser astronauta e que conta com a ajuda de seus três amigos, um elefante, uma tartaruga e um camaleão, para tentar viajar pelo espaço. Antes do Tutuks partir para morar com o Pequeno Príncipe no Asteróide B612, combinamos que eu continuaria a contar histórias para ele. Então, o desejo de Marta, de que eu contasse a história de “Nube Branca” para meu pequeno, foi acolhido. 
Li pela primeira vez e, com certeza, as releituras serão inúmeras, porque Tuks era meu parceiro para ouvir as canções da Galícia e também assistir às séries e programas da Televisión de Galícia. Nossa conexão continua e o carinho se afirma através das histórias que sempre nos enlaçaram e seguirão enlaçando. 
Não tenho palavras para agradecer à Marta e à Libraría Escolma por esse carinho. Meu coração está muito feliz!! Tenham certeza que a história de Nube Branca será narrada para muitos pequenos aqui na Terra Brasilis!! Gratitude!! 







quinta-feira, 13 de setembro de 2018

O MENINO E O PRÍNCIPE

Há momentos que a gente quer dizer muito, mas só faz transbordar. Venho aprendendo a permitir e respeitar meus transbordamentos e aos pouquinhos vou elaborando, querendo escrever de novo, para dar continuidade a essa história que decidiu trilhar novos caminhos. Que bom que nosso amigo Pequeno Príncipe nos ensinou sobre os mistérios da vida, sobre o que realmente é importante e que ao contemplar uma ou todas as estrelas podemos encontrar lembranças que nos ajudam a preencher os buraquinhos da saudade. 

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

SEMANA DE UMA PÁTRIA QUE NÃO ESPIA PARA DENTRO DE SI


Esta semana da Pátria não está sendo fácil, pouco temos a celebrar. Iniciamos a semana com o incêndio do Museu Nacional. Depois a agressão física a um político que, ainda que sem escrúpulo algum, ainda que seja um grande incentivador da violência, só faz mobilizar em nós o pior. Para finalizar, mais uma caça às bruxas à literatura infantil. Há muito, muito mesmo o que pensar, o que refletir, o que escrever. Ainda não achei tempo para escrever do jeito que me agrada, com muita reflexão, mas acharei em breve. Por enquanto, partilho as palavras da Contadora de Histórias Nyedja Gennari. Palavras aliás, que foram retiradas das redes sociais por uma série de denúncias de gente que, sem condições de dialogar, não se coloca na conversa, apenas tenta calar a boca de quem promove o bom debate.

“Eu preciso manifestar aqui minha opinião sobre a polêmica gerada em torno do livro "O menino que espiava para dentro”, da consagrada mundialmente, escritora brasileira Ana Maria Machado, a qual, confesso, sou fã.
Eu possuo um exemplar da primeira edição que foi lançado em 1983. Nem sei mensurar quantas vezes eu li e contei essa história ao longo dessa vida e principalmente nesses 25 anos de profissão. Minhas filhas leram, releram inúmeras vezes também. Sempre remetemos o livro a sonhos e imaginação, algo tão importante ao desenvolvimento cognitivo das crianças e necessário como um resgate na vida adulta. Jamais fizemos ou presenciamos, alguém que fizesse de tão bela história uma apologia ao suicídio. Temos que entender que um livro não mata, uma música não mata, um pé na bunda não mata, uma nota baixa não mata. O que mata é uma sociedade pouco acolhedora, intolerante, cheia de padrõezinhos e hipocritamente moralista.
Não precisa uma árvore de problemas para perceber que estamos, de novo, focando no máximo em uma situação problema, e não no problema. Para quem não leu o livro e está replicando o “ai meu Deus", o menino ensina a como se matar engasgando com uma maçã”, essa parte do livro (que é 1/20 do resto) faz uma apologia aos clássicos Branca de Neve e Bela Adormecida... Nunca ouvi alguém querer proibir esses clássicos de circularem, embora eles também atribuam uma dimensão encantada à vida da criança (ver Bettelheim, 1980). Também nunca vi criança fugindo de casa para viver aventuras porque leu “A Ilha perdida” (amamos esse também). Espia para dentro em diversas situações, e na polêmica da maçã, ele imagina “engasgar com a maçã para ser despertado por um beijo”, o que acontece quando sua mãe o desperta para ir à aula depois de uma noite cheia de sonhos, e lhe dá de presente um cachorrinho, que substitui seu amigo imaginário nas suas fantasias. Só isso. Só isso mesmo.
Sei que queremos proteger ao máximo o que nos é mais importante: nossos filhos. Mas acho que estamos em uma paranoia coletiva de superproteção em que professores, livros, colegas, o mundo todo é ameaçador e culpado de qualquer sofrimento que nossos filhos possam vir a ter. Nessa vibe, deixamos de ensiná-los que são os responsáveis pela própria felicidade, por falar não para desafios, por valorizar a vida própria e dos outros são eles próprios os responsáveis por si nessas situações, nos cabe apenas orientar, ensinar.
O foco do problema deve ser na psiquê das crianças, porque interpretações de texto, música sofrência, pé na bunda, notas baixas, pênalti batido errado, amigos zoando... Isso faz parte da vida delas. Eu sou totalmente contrária a essa higienização literária, e acho que é mais uma ação no sentido de lermos cada vez menos, refletirmos e questionarmos o mínimo possível, pra galera do "aí meu Deus" fazer o que bem entender” (Nyedja Gennari).