sábado, 31 de outubro de 2015

UMA MEDALHA PARA FAZER PENSAR

Valesca Reis Santos vem sendo considerada a “grande pensadora contemporânea”. Sua relevância acadêmica é tamanha que após ser citada inúmeras vezes em várias redações do Enem, receberá a Medalha Mérito Pedro Ernesto, oferecida pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.  Você conhece Valesca Reis Santos?! Talvez a conheça pelo seu nome artístico, Valesca Popozuda. Não posso avaliar o seu talento como artista porque conheço pouco e não tenho afinidade com o funk. E não é porque não valorizo o que é feito no Brasil (muito pelo contrário), pois gosto menos ainda do funk norte americano. Acho que “ostentam” valores tortos. Não é esse mundo, nem esses valores que quero para meus filhos.
Artistas, acreditam muitos, não tem o dever de ocupar-se com questões éticas ou sociais, seu dever é distrair. Ocupem-se eles da estética e do entretenimento! - Pensam essas pessoas. Esse modo de pensar faz com que vivamos num mundo de pão e circo. Se é isso que a grande mídia faz pensar, como educadores, precisamos repensar o que de fato acreditamos, que futuro desejamos e qual será o nosso norte para nos aproximarmos dele.
Convivo com tantos artistas que respeito e admiro, pessoas que acreditam na arte e em seu poder transformador. A arte enquanto arte não tem uma função, mas o artista como cidadão tem responsabilidade sobre o seu trabalho (embora não possa responsabilizar-se com o que fazem com ele). A lógica do sucesso fácil, da ostentação, da estética corporal acima do talento, em nada colabora para que nossos jovens acreditem que vale a pena estudar, que vale a pena trabalhar, já que para ser “alguém” reconhecido, ou para ganhar dinheiro, nada disso é preciso.
Sempre que converso com professores afirmo (por que assim acredito) que a escola precisa ser o lugar da diversidade cultural. A escola não precisa reafirmar o que a grande mídia mostra, porque ela já se ocupa bastante disso. Nossos estudantes escutam os artistas que eles mostram, mas para poder analisar se aquilo é bom ou ruim, é preciso que conheçam algo diferente do que estão acostumados (e acomodados) a ver e ouvir. O professor hoje tem acesso à internet, pode pesquisar, pode oferecer outras possibilidades estéticas. Na música há um número imenso de artistas contemporâneos, de diferentes estilos, que podem habitar o espaço da escola, ampliando a dimensão do que é arte, das distintas formas de arte, da reflexão crítica a partir da arte.
Opiniões a parte, embora eu não tenha absolutamente nada contra a senhorita Valesca, essa condecoração precisa provocar, no mínimo, uma reflexão. Se ela foi promovida a “grande pensadora contemporânea” é porque algo não está sendo visto, é porque a nossa educação e nossa cultura estão usando antolhos. 

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A MINHA OPINIÃO, A SUA OPINIÃO (SOBRE MÚSICAS, ESTILOS E VALORES)

Dia desses, assistindo ao Top TVZ com o meu filho de 11 anos, assisti ao clipe “Eu sou a diva que você quer copiar”., de uma artista chamada Valesca Popozuda. Em seguida, apareceu uma “diva” do funk norte americano, a Nicki Minaj, com o clipe “Anaconda”. Fala sério!! É pra fazer o funk brasileiro ser considerado cult. Não gosto de funk, é um direito meu!! Não acho que o funk represente a cultura de rua, como alguns afirmam. O hip hop sim. O hip hop não é meu estilo musical preferido, mas respeito, porque tem opinião, faz uma crítica social interessante em alguns casos. Não gosto de nada que ostente nada, nem o sexo, nem a violência (seja ela do tipo que for). 
Aprecio muitos estilos musicais, ouço especialmente as músicas feitas no Brasil, gosto de pesquisar, descobrir novas sonoridades, novos artistas. Portanto, não venham me dizer que não valorizo o que se faz no Brasil, quando digo que não gosto de funk, é porque não gosto deste estilo musical e dos valores que seus artistas apresentam, independente do lugar onde seja produzido. Digo isso porque fui apontada num comentário nas redes sociais que dizia que é "problema muito sério o brasileiro aceitar outro brasileiro no topo. A ignorância nos torna invejosos. É o velho complexo de vira-lata". Dizia ainda que "é uma pena como vemos o funk e as músicas da periferia aqui no Rio Grande do Sul. Temos dificuldade de lidar com o que está distante de nós, mas aceitamos facilmente músicas gauchescas que nos referem como 'chinas' ".  Sou gaúcha e não gosto de estereótipos, portanto não gosto de ser chamada de “china”, nem de outra coisa qualquer. Também não tenho "complexo de vira-lata", acho incrível a arte que se faz no Brasil, amo de paixão a música do Sul, sou quase bairrista. Sou fã de carteinha do Nelson Coelho de Castro, do Raul Elwanger, da Ana Kruger, do Bebeto Alves, do Killy Freitas, do Antônio Villeroy, da Andrea Cavalheiro, Gelson Oliveira, da Mônica Tomasi, do Ângelo Primon, da Adriana Deffenti, do Fausto Prado, da Dani Rauen e de um montão de gente que não citei aqui. Gosto de música gaúcha e pra quem ainda não sabe, não é só música folclórica e campeira que se faz aqui no sul. Posso gostar de música gaúcha sem precisar usar vestido de prenda e sem falar tchê (mas falo bah, tri legal e capaz!!)!! Cada um tem seu espaço na cultura e na mídia, dizem. Será?! Tem lugar pra todos nos meios de comunicação?! Não sei!! O que sei é que a lógica do sucesso fácil, da ostentação, da estética corporal acima do talento, em nada colabora para que nossos jovens acreditem que vale a pena estudar, que vale a pena trabalhar, já que para ser “alguém” (re)conhecido, ou para ganhar dinheiro, nada disso é preciso.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

TIÃO VISITANDO A VOVÓ E O VOVÔ - FEIRA DO LIVRO DE GENERAL CÂMARA 2015

Dizem que "santo de casa não faz milagres". Deve ser por isso que contar histórias na cidade onde nasci e cresci seja uma emoção sempre diferente, intensa. Contar a história da história do Tião é contar um pouco da minha história e das minhas irmãs. É claro que nada foi bem assim como eu narro, mas narro a partir de mim, das minhas memórias vividas e inventadas.  Além do desafio de contar a história onde a história nasceu, é narrá-la para meus familiares e amigas queridos da infância e da adolescência. Dessa vez também estavam as alunas do curso de Magistério da Escola Estadual Vasconcelos Jardim, escola onde estudei da terceira série do ensino fundamental ao terceiro ano do Magistério. Me vi nelas, cheia de sonhos no final da adolescência. Queria dizer tantas coisas, que bom que tinha as histórias para deixar sementinhas em forma de afetos literários. Feliz, feliz e emocionada!!
 
 
















 
 



 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

TIÃO GRITANDO NA EXPO EDUCAR-SE 2015

Olha o Tião participando da Expo Educar-se 2015!! Feliz da vida com a acolhida amorosa das professoras e das crianças!! Foi uma manhã chuvosa, enchuvarada com muitos pinguinhos de amor!!