terça-feira, 28 de janeiro de 2020

SOBRE O ATO DE RECLAMAR (POESIA)

Reclamo do sol forte, mas não me encorajo a plantar uma árvore.
Reclamo das guerras, mas brigo com a vizinha.
Reclamo do som alto, mas não paro para admirar o som da natureza.
Reclamo dos dias que não passam, mas esqueço do doente que está em uma cama hospitalizado e sem dia para voltar pra casa. 
Reclamo da comida salgada, mas esqueço que alguém passa fome em algum lugar. 
Reclamo do trânsito intenso, quando poderia sair a pé ou ir de bicicleta.
Reclamo e reclamo de cada momento. Mas o que faço pra mudar?
Reclamar faz parte do ser humano. Eu admiro quem não reclama.
(Jefferson Machado) 

A cerca de dez dias eu escrevi sobre a humana mania de reclamar de tudo (ver a postagem do dia 16 de janeiro/ Pare de reclamar do tempo). Hoje sou surpreendida por este poema do meu querido amigo Jefferson Machado (é ele ali na foto), que ecoa com o meu sentimento. Escrevemos nós, eu em prosa, ele em verso, que é pra ver se a gente se escuta e reclama menos, pois afinal, somos humanos. 

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