quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

NÃO CUSTA NADA (CRÔNICA)


Barulho de vidro quebrando nos coloca em estado de alerta, pois geralmente indica algum acidente próximo. Se o imprevisto foi dentro de casa, é preciso cuidado, especialmente com crianças e animais, pois podem facilmente se ferir com os caquinhos. Quando vindo da rua esse som nos faz pensar rapidamente em um acidente de trânsito. É fato que acidentes com vidro comumente deixam feridos.
Mas há uma outra situação em que o barulho de vidro quebrando me inquieta e acende uma luzinha interna de alerta.  Isso acontece quase todas as vezes que o caminhão do lixo passa fazendo coleta em frente à minha casa. E acredite, o som do vidro quebrando nesse momento me dá uma aflição danada.
Na cidade onde moro há uma cooperativa de catadores que faz um trabalho incrível, a COOMCAT. Além do trabalho de coleta seletiva e reciclagem, fazem também um trabalho árduo e lindo de conscientização. No início do ano não havia coleta seletiva no bairro onde moro. Por isso, minha família pactuou separar todo o lixo reciclável e uma vez por semana um de nós o levaria até um posto de coleta da Cooperativa. Hoje já tem coleta no bairro e ficou ainda mais fácil reciclar. Então, é só querer. Porque razão as pessoas não podem guardar por uns dias uma garrafa vazia, um saco plástico, uma caixinha de leite, um recipiente, para colocar no lixo reciclável?
É bem verdade que, infelizmente, não há um serviço de coleta seletiva em todas as cidades, mas há muitas maneiras de cada um de nós contribuir para que o nosso planeta azul e redondinho possa sobreviver um pouquinho melhor.
Quando começamos a separar nosso lixo vamos percebendo quanto lixo a gente produz sem precisar. E quando tomamos consciência, passamos a adotar pequenas atitudes para diminuí-lo, como não embalar todas frutas e legumes que compramos no mercado em saquinhos plásticos, levar sacola reutilizável quando vamos à feira ou ao mercado, deixar de colocar uma caixinha de medicamento em uma sacolinha plástica quando vamos à farmácia.
A gente, às vezes, pensa que só isso não vai mudar o mundo, mas se todas as pessoas fizessem “só” isso, o impacto sobre o meio ambiente, tão maltratado, seria muito menor. É verdade que precisamos de políticas públicas e de ações governamentais que se ocupem do meio ambiente e sua preservação, mas nem por isso precisamos lavar as mãos, como se nós não tivéssemos nada a ver com isso, como se não fôssemos nós também natureza.
Não custa nada substituir o copinho descartável por uma caneca ou copo reutilizável no dia a dia. Não custa nada juntar tampinhas de plástico, lacres de alumínio e cápsulas de café para programas de reciclagem. Não custa nada deixar o papelzinho de bala ou de chocolate na bolsa até visualizar uma lixeira. Não custa nada carregar uma sacola retornável para as compras no mercado ou na feira. Não custa nada separar o lixo reciclável e dar o destino correto.  Não custa nada descartar corretamente medicamentos vencidos, pilhas e baterias. Não custa nada ser gentil. Não custa nada dar bom dia e sorrir. Não custa nada contribuir para que o mundo seja um pouquinho melhor. A gente contribui com atitudes melhores e recebe um mundo mais habitável e melhor para viver. E isso não custa nada!!

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