quinta-feira, 16 de junho de 2016

TODA EDUCAÇÃO É UM ATO POLÍTICO, JÁ DIZIA PAULO FREIRE


Acabo de ler em um site de notícias que o Ministro interino da Educação, Mendonça Filho, paralisou as negociações de implementação da Base Nacional Curricular Comum, documento que vai determinar conteúdos mínimos que os alunos das 190 mil escolas do Brasil terão de aprender em cada etapa da educação básica e cuja segunda versão, elaborada com ampla mobilização e participação social, foi entregue no início de maio pelo então ministro da Educação, Aloizio Mercadante. A ideia no novo Ministro interino é "desideologizar" o debate e rever alguns conceitos que estavam norteando os trabalhos. Esta situação foi iniciada ainda nas primeiras semanas do novo governo interino, que abriu as portas do gabinete ministerial para ouvir as sugestões de um ator de filmes eróticos que já declarou em rede nacional de TV ter estuprado uma mulher, inclusive descrevendo a cena e sendo aplaudido pelo público. Este mamífero bípede, que lidera um movimento chamado Revoltados Online (nome que deve ter sido dado por um adolescente do tipo “rebelde sem causa”), já demonstra pela sua postura ética e profissional o quão comprometido é com a educação deste país. Pois bem, com esta pausa nas negociações o atual Ministro interino busca aderir a uma proposta do movimento, chamada de “Escola Sem Partido”. Vale destacar que a proposta de “Escola Sem Partido” é alvo de críticas por muitos educadores renomados no país, uma vez que este projeto representa um cerceamento ao direito do exercício do livre magistério. Além de ferir preceitos constitucionais da Educação e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Por esta razão, o projeto de Escola Sem Partido é considerado um atraso nos avanços sobre discussões de diversidade e direitos das minorias nas escolas.

Esta situação toda me põe a refletir, refletir, refletir... Difícil é digerir!! Escolas não tem partido, tem ideias, tem gente que pensa, que pode ou não ter filiação a algum partido político. Ter ideais, ter posicionamento político não é ter filiação político partidária. Independente filiação ou não a um partido, se pensamos e manifestamos nosso pensar, somos seres políticos. Quem foi que inventou essa ideia de que toda política é partidária?! Calar os professores, impedir que manifestem seu pensar, não é fazer uma "Escola Sem Partido" é impor a ditadura do silêncio, novamente. Já vimos este filme e ele é bem poético nas telas de cinema, apenas lá. Que a história fique na memória para que os erros não se repitam. Quanta falta de criatividade repetir os erros do passado, com tantas novas possibilidades para tropeçarmos pela frente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário