quinta-feira, 11 de julho de 2019

COISAS ESTRANHAS (CRÔNICA DA SEMANA)


Não sou a espectadora mais adepta de filmes e séries de ficção científica, mas quando a gente é mãe, se permite ir na onda dos filhos. E se é pra ir na onda, melhor que seja pra surfar, desfrutar, se divertir. Foi assim que descobri Stranger Things. É estranho eu gostar de uma história de ficção tão improvável, mas a série se chama “Coisas Estranhas”, então... Deve estar tudo certo.
Para quem viveu os anos 1980, Stranger Things é um mergulho em nossas memórias afetivas, músicas, filmes, roupas, penteados, tudo muito retrô. Afinal, a história se passa naquela década e traz todos os elementos culturais da época. Sabe aquelas histórias que a gente adorava, fosse pelo riso ou pelo medo que nos causavam? De volta para o futuro, Goonies, Poltergeist, Caverna do Dragão, os universos imaginários criados por Steven Spielberg, John Carpenter e Stephen King? Estão todos lá, na fictícia Hawkins, Indiana (EUA).
Faz uma semana que estreou a terceira temporada e, talvez por já estar ambientada no mundo ficcional, compreender (até onde consigo) a ideia do Mundo Invertido e familiarizada com os personagens, ou talvez por sentir, dia sim dia também, que estamos vivendo numa realidade paralela e distópica, a terceira temporada de Stranger Things foi a que mais me inspirou conexões.
Você pode pensar que a “Hipótese dos Muitos Mundos” é imbecil, mas a Física Quântica discorda de você e os cientistas devem pensar que o mundo perdeu o rumo mesmo, pois enquanto eles pesquisam com elétrons e aceleradores de partículas, a agente fica aqui acreditando (a partir de achismos) que só existe um universo, que somos o centro dele e que a terra é plana.
Mas Stranger Things faz muito mais do que mexer com memórias afetivas e nos fazer pesquisar teorias científicas na internet. Na terceira temporada, as evidências de que o portal para o Mundo Invertido está novamente aberto vai chegando aos poucos para os personagens e eles vão percebendo de modo fragmentado que algo está errado. Como cada núcleo de personagens só vê a sua parte do problema e não compartilha a informação com os demais, não consegue resolver o problema por inteiro.
O fechamento do portal para o outro mundo, que destruirá o monstro devorador de mentes e salvará a vida de todos só acontecerá quando todos unirem forças, cada um contribuindo com sua habilidade específica. Não dá pra resolver o problema por partes, não dá pra distribuir tarefas antes de unir forças. Ou todos se unem e fecham o portal ou todos morrem. Stranger Things nos mostra que não há espaço para polarizações quando a distopia se torna real.

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