Desde
criança eu acreditava que no universo das artes haveria um espaço para mim. Percorri
muitos caminhos tentando descobrir qual seria a arte que faria de mim uma
artista mais do que uma arteira. Como eu não dava jeito, a narração oral começou
a me cutucar. E ela é tão sedutora e tão gentil, que me fisgou. Mas bem antes
de ter me tornado uma contadora de histórias, percorri muitos caminhos: oficinas
de teatro, violão, teclado e até bateria.
Lá
pelos 10 ou 12 anos tive uma professora de violão que vinha de Porto Alegre até
General Câmara (cidade onde nasci e cresci) para dar aulas a um grupo de crianças. Tenho várias lembranças
da minha professora de violão... Lembro que a chamávamos de Rô, que ela tinha
cabelos castanhos ondulados, que usava lindos anéis, vários anéis, em seus
dedos das mãos. Lembro que ela era meio bicho grilo e que eu achava aquele jeito "hippie pra frentex" dela o máximo. Ah!! E lembro também que passei semanas exercitando “Pra
não dizer que não falei das flores”, do Geraldo Vandré, ao violão. O tempo
passou e a Rô sumiu no mundo, ficando em minha memória apenas essas lembranças
que acabo de contar.
Hoje,
em mais um dia de trabalho, cafés e encontros casuais na Livraria Cafeteria Iluminura,
encontrei novamente (porque nós duas sempre estamos por lá) com a minha amiga
querida e colega de Universidade (nós duas lecionamos na Universidade de Santa
Cruz do Sul), Rosana Candeloro. Conversa vai, conversa vem, a Rô disse que viu
uma foto minha em General Câmara e contou que a cerca de uns trinta anos deu
aulas de violão lá.
Preciso
contar o final da conversa e o tamanho da minha emoção?!!
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