Abril é um mês repleto de datas festivas para os
que amam os livros e a leitura. Começamos o mês celebrando o aniversário de
Hans Christian Andersen e com ele, o Dia Mundial da Literatura Infanto Juvenil.
Dia 18 de abril é aniversário de Monteiro Lobato, quando festejamos o Dia
Nacional do Livro Infantil. Reza a lenda que no dia 23 de abril de 1616,
morreram William Shakespeare e Miguel de Cervantes. Por esta razão, celebramos
nesta data o Dia Mundial do Livro e dos direitos do autor.
Neste ano, mais uma vez, a proposta de reforma
tributária do Governo Federal propõe uma alíquota de 12% de impostos sobre os
livros. Na justificativa, o governo diz que o livro é um produto de elite, e
que essas pessoas podem pagar mais caro. No entanto, como mostra a pesquisa
Retratos da Leitura no Brasil, a classe C, além de leitora, é também
consumidora de livros. Para se ter uma ideia, 27 milhões de brasileiros
enquadrados nesse estrato social se declaram leitores.
Não faz sentido aumentar os impostos sobre os
livros, enquanto se propõe isenção de impostos para importação de armas. Tornar
os livros inacessíveis e armas mais acessíveis me parece um projeto de futuro
bastante obscuro para a população brasileira.
Na intenção de mobilizar a população e mostrar que
nós, brasileiros de diferentes regiões e classes sociais, lemos e precisamos de
mais investimentos do poder público para a área, foi que nasceu a ideia do
“Viradão da Leitura”. Trata-se de uma
mobilização nacional, um posicionamento da sociedade civil contra a proposta de
reforma tributária que prevê uma alíquota de 12% sobre os livros. A ideia do “Viradão
da Leitura” surgiu em uma conversa entre a escritora e idealizadora do Projeto
Kombina, Christina Dias, e o escritor e idealizador do Instituto de Leitura
Quindim, Volnei Canonica.
No dia 23 de abril fique atento às redes sociais,
pois muitos leitores, escritores, contadores de histórias, mediadores de
leitura, associações, institutos, estarão envolvidos com a ação “Viradão da
Leitura”, realizando 24 horas de diálogos, debates e leituras compartilhadas
nas redes.
Bom mesmo será o dia em que os livros estiverem ao
alcance de todos. Mas, enquanto o desejo
segue como utopia, é sempre bom ter dias festivos, e também de resistência,
para que não esqueçamos da importância do livro e da leitura para um futuro
menos distópico.
* Texto publicado na Coluna "Simples Assim", do Jornal de Candelária (RS)
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