quinta-feira, 22 de abril de 2021

LIVRO: UM DIREITO DE TODOS

Abril é um mês repleto de datas festivas para os que amam os livros e a leitura. Começamos o mês celebrando o aniversário de Hans Christian Andersen e com ele, o Dia Mundial da Literatura Infanto Juvenil. Dia 18 de abril é aniversário de Monteiro Lobato, quando festejamos o Dia Nacional do Livro Infantil. Reza a lenda que no dia 23 de abril de 1616, morreram William Shakespeare e Miguel de Cervantes. Por esta razão, celebramos nesta data o Dia Mundial do Livro e dos direitos do autor.

Neste ano, mais uma vez, a proposta de reforma tributária do Governo Federal propõe uma alíquota de 12% de impostos sobre os livros. Na justificativa, o governo diz que o livro é um produto de elite, e que essas pessoas podem pagar mais caro. No entanto, como mostra a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a classe C, além de leitora, é também consumidora de livros. Para se ter uma ideia, 27 milhões de brasileiros enquadrados nesse estrato social se declaram leitores.

Não faz sentido aumentar os impostos sobre os livros, enquanto se propõe isenção de impostos para importação de armas. Tornar os livros inacessíveis e armas mais acessíveis me parece um projeto de futuro bastante obscuro para a população brasileira.

Na intenção de mobilizar a população e mostrar que nós, brasileiros de diferentes regiões e classes sociais, lemos e precisamos de mais investimentos do poder público para a área, foi que nasceu a ideia do “Viradão da Leitura”.  Trata-se de uma mobilização nacional, um posicionamento da sociedade civil contra a proposta de reforma tributária que prevê uma alíquota de 12% sobre os livros. A ideia do “Viradão da Leitura” surgiu em uma conversa entre a escritora e idealizadora do Projeto Kombina, Christina Dias, e o escritor e idealizador do Instituto de Leitura Quindim, Volnei Canonica.

No dia 23 de abril fique atento às redes sociais, pois muitos leitores, escritores, contadores de histórias, mediadores de leitura, associações, institutos, estarão envolvidos com a ação “Viradão da Leitura”, realizando 24 horas de diálogos, debates e leituras compartilhadas nas redes. 

Bom mesmo será o dia em que os livros estiverem ao alcance de todos.  Mas, enquanto o desejo segue como utopia, é sempre bom ter dias festivos, e também de resistência, para que não esqueçamos da importância do livro e da leitura para um futuro menos distópico.

* Texto publicado na Coluna "Simples Assim", do Jornal de Candelária (RS)

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