domingo, 5 de julho de 2009

GENTE GRANDE TAMBÉM GOSTA DE HISTÓRIAS

Durante a Feira do Livro aqui de Santa Cruz do Sul, meus estagiários do curso de Fisioterapia da UNISC fizeram a maior chantagem para que eu contasse uma história para eles. Naquele dia eu realmente relutei em contar, pois fui pega de surpresa e aquele não era o meu espaço da contação de histórias. Mas para minha surpresa, de repente vi aqueles quase fisioterapeutas em fila indiana, cantando “Eu vou, eu vou pra casa agora eu vou...”. Quando cheguei na sala de cinesioterapia da clínica, lá estavam eles, sentadinhos, esperando pela história. Meio constrangida com a situação comecei então uma história e em bem pouco tempo, vi olhinhos tão brilhantes quanto os das crianças para quem eu havia contado a mesma história pela manhã, na Feira.

É claro que eu sei que gente grande também gosta de histórias, até mesmo de histórias infantis. Volta e meia estamos pelas livrarias passeando pelos livros infantis ou vamos à vídeo locadora para locarmos filmes indicados para crianças de 10 anos ou menos. Mas confesso que aquele dia, vendo os olhinhos brilhantes dos meus estagiários, vi o quanto a vida adulta muitas vezes (sempre que permitimos) nos deixa com o olhar opaco.

Resolvi então que daria de presente de despedida do semestre para eles, uma Hora do Conto. Neste semestre havíamos instituído na Clínica, todas as sextas-feiras, um momento chamado Cuidando da Equipe. Nesta semana, no nosso último Cuidando da Equipe do semestre, resolvi cuidar do coração desta minha querida equipe e contei pra eles a história do Marcinelo, aquele menino que (como já contei aqui no blog) um dia descobriu que era uma pessoa especial, apesar dos rótulos que os outros colavam nele.
Com a história do Marcinelo espero que meus estagiários lembrem-se, a cada momento que se sentirem cansados das marcas que os outros tentarem lhes impor, que um dia uma professora meio maluquinha contou pra eles a história de um menino que se importava muito com o que os outros pensavam dele e com isso esquecia do quanto era especial.

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