quinta-feira, 8 de março de 2018

PELO DIREITO DE ESCOLHER AS ARMAS QUE DESEJAMOS LUTAR (DIA INTERNACIONAL DA MULHER)


Eu sigo achando estranho esse lance de estar pela luta.
Luta
luta
luta
dia 8 de março
pela luta
luta
luta.
Sabe... acho estranho.
Porque nisso tudo parece que a luta assim, armada, assim do sangue no olho, assim da espada em punho, assim do corpo a corpo pegando agarrando derrubando combatendo
isso tudo
parece
ser mais importante
mais mais
que consciência e tal e coisa e coisa e tal.
Veja bem
isso tudo
é importante
mas não só é.
Não é só.
Eu não quero chegar para uma mulher que sofre agressão e dizer para ela agredir.
Eu não quero chegar para uma mulher que batalha batalha e tão pouco ganha e dizer pra ela que ela tem que derrubar tudo.
Eu só não acredito que seja por aí. Esse é só um caminho. Um modo de operar. De agir. De estar. Entre tantos. Possíveis. Igualmente fortes. E potentes.
Na luta um vence, sabe? Um uma alguém.
E a gente está aqui para vencer ou para saber dançar?
Masculino, feminino, esse lance todo. Todos os tudo’s e todas.
A gente está aqui para vencer uma “luta”
ou para harmonizar a dança?
Eu estou nessa fatia de gente que acha que o tapa é tanto quanto o afago.
Que o lançar à terra um corpo ou uma semente tem o mesmo peso.
Aí venho lendo luta
luta
luta
luta
luta
luta
luta
vixe.
É?
(Texto da incrível e sensível Genifer Gerhardt)

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