Não sou a
espectadora mais adepta de filmes e séries de ficção científica, mas quando a
gente é mãe, se permite ir na onda dos filhos. E se é pra ir na onda, melhor
que seja pra surfar, desfrutar, se divertir. Foi assim que descobri Stranger
Things. É estranho eu gostar de uma história de ficção tão improvável, mas
a série se chama “Coisas Estranhas”, então... Deve estar tudo certo.
Para quem viveu os
anos 1980, Stranger Things é um mergulho em nossas memórias
afetivas, músicas, filmes, roupas, penteados, tudo muito retrô. Afinal, a
história se passa naquela década e traz todos os elementos culturais da época. Sabe
aquelas histórias que a gente adorava, fosse pelo riso ou pelo medo que nos
causavam? De volta para o futuro, Goonies, Poltergeist, Caverna do
Dragão, os universos imaginários criados por Steven
Spielberg, John Carpenter e Stephen King? Estão todos lá, na fictícia Hawkins,
Indiana (EUA).
Faz uma semana que
estreou a terceira temporada e, talvez por já estar ambientada no mundo
ficcional, compreender (até onde consigo) a ideia do Mundo Invertido e
familiarizada com os personagens, ou talvez por sentir, dia sim dia também, que
estamos vivendo numa realidade paralela e distópica, a terceira temporada de Stranger
Things foi a que mais me inspirou conexões.
Você pode pensar
que a “Hipótese dos Muitos Mundos” é imbecil, mas a Física Quântica discorda de
você e os cientistas devem pensar que o mundo perdeu o rumo mesmo, pois
enquanto eles pesquisam com elétrons e aceleradores de partículas, a agente
fica aqui acreditando (a partir de achismos) que só existe um universo, que
somos o centro dele e que a terra é plana.
Mas Stranger
Things faz muito mais do que mexer com memórias afetivas e nos fazer pesquisar
teorias científicas na internet. Na terceira temporada, as evidências de que o
portal para o Mundo Invertido está novamente aberto vai chegando aos poucos
para os personagens e eles vão percebendo de modo fragmentado que algo está
errado. Como cada núcleo de personagens só vê a sua parte do problema e não compartilha
a informação com os demais, não consegue resolver o problema por inteiro.
O fechamento do
portal para o outro mundo, que destruirá o monstro devorador de mentes e
salvará a vida de todos só acontecerá quando todos unirem forças, cada um
contribuindo com sua habilidade específica. Não dá pra resolver o problema por
partes, não dá pra distribuir tarefas antes de unir forças. Ou todos se unem e
fecham o portal ou todos morrem. Stranger Things nos mostra que não há
espaço para polarizações quando a distopia se torna real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário