Reclamo do sol
forte, mas não me encorajo a plantar uma árvore.
Reclamo das
guerras, mas brigo com a vizinha.
Reclamo do som
alto, mas não paro para admirar o som da natureza.
Reclamo dos dias
que não passam, mas esqueço do doente que está em uma cama hospitalizado e sem
dia para voltar pra casa.
Reclamo da comida
salgada, mas esqueço que alguém passa fome em algum lugar.
Reclamo do
trânsito intenso, quando poderia sair a pé ou ir de bicicleta.
Reclamo e reclamo
de cada momento. Mas o que faço pra mudar?
Reclamar faz parte do ser humano. Eu admiro quem não reclama.
Reclamar faz parte do ser humano. Eu admiro quem não reclama.
(Jefferson
Machado)
A cerca de dez
dias eu escrevi sobre a humana mania de reclamar de tudo (ver a postagem do dia
16 de janeiro/ Pare de reclamar do tempo). Hoje sou surpreendida por este poema
do meu querido amigo Jefferson Machado (é ele ali na foto), que ecoa com o meu sentimento.
Escrevemos nós, eu em prosa, ele em verso, que é pra ver se a gente se escuta e
reclama menos, pois afinal, somos humanos.
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