quinta-feira, 6 de junho de 2019

SE A LEI FALTAR, QUE A CONSCIÊNCIA PREVALEÇA

  
Imagine que na escola onde estuda seu filho, ou sua filha, ou seus afilhados, sobrinhos, ou os filhos de sua melhor amiga, vários alunos sejam infrequentes porque têm preguiça de ir para a escola, não fazem as tarefas, não estudam, negligenciam as regras e desrespeitam os professores. Consequentemente, não aprendem, são mal avaliados, reprovam.
Lhe parece razoável que professores e escola, preocupados com o aprendizado de seus alunos, façam com que as regras sejam aplicadas e os alunos, a longo prazo, possam compreender suas falhas, amadurecer a partir da experiência e aprender? Ou lhe parece mais razoável que a escola abone suas faltas e mude a média de aprovação, passando de seis para três pontos a média mínima, facilitando assim a aprovação destes alunos, sem nenhum compromisso com seu aprendizado?
Relaxar punições para infrações de trânsito, aumentando a pontuação para a suspenção da carteira de motorista de 20 para 40 pontos, é a mesma lógica de reduzir pela metade a média da nota escolar, para facilitar a aprovação dos maus alunos. É premiar os inconsequentes e estimular a insensatez e irresponsabilidade.
Negligenciar anos de estudos que apontam as razões pelas quais crianças pequenas deveriam usar cadeirinha adaptada, desconsiderar as estatísticas que mostram o elevado número de mortes no trânsito e o número mais elevado ainda de sequelas decorrentes de acidentes no trânsito, em sua maioria relacionado ao excesso de velocidade e irresponsabilidade ao volante como uso de celular, consumo de álcool, não uso do cinto de segurança, é de uma irresponsabilidade tamanha que deveria ser considerada crime.
As pessoas sabem disso, mas até que sejam vítimas (elas mesmas ou seus familiares) de negligência no trânsito, fazem de conta que isso não lhes afeta. Por isso as leis são necessárias, para regulamentar e exigir que os alunos/ cidadãos façam o tema de casa, que sejam responsáveis. E, se não forem, que sejam punidos pelos seus atos, antes que outras pessoas sofram as consequências de sua irresponsabilidade.
Se você sabe que crianças devem ser transportadas no banco de trás, com as devidas adaptações, não importa o que diga a lei, se seu filho morrer, você será responsável. Se você atropelar alguém porque seus faróis desligados dificultaram a visibilidade, não importa o que diga a lei, você será responsável. Se você matar uma família inteira porque dormiu ao volante, depois de beber ou negligenciar o próprio sono, não importa o que diga a lei, você será responsável. Se você morrer por ter pesado demais o pé no acelerador, não importa o que diga a lei, você estará morto. Se nossas leis não mais exigirem de nós um mínimo de responsabilidade, que nossa consciência o faça.

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