SOBRE SER PALESTRANTE

Esta noite li três perguntas que me deixaram um tanto inquieta, num anúncio no Facebook:

1) Já pensou em se tornar um palestrante?

2) Já pensou em Viver de Palestras?

3) Quer aprender como construir um negócio de palestras começando do zero?

Sempre pensei que antes de tornar-se um palestrante viria o estudo, os aprendizados, as convivências e depois de muita experiência, aí então teríamos algo a compartilhar, que poderia ser num encontro, numa roda de conversa, numa oficina, workshop ou palestra. Mas quando leio essas três perguntas fico pensando e com muito medo de um futuro não tão distante cheio de pessoas falando sem nenhum conhecimento de causa sobre os mais variados temas. Ops, acho que esse futuro já chegou!!

Esse ano me sondaram para falar sobre cultura afro-brasileira, educação indígena e gênero. Recusei todos os convites e indiquei outros palestrantes, basicamente porque são temas que não domino. Seria fácil fazer uma pesquisa e falar sobre qualquer um desses temas, mas não tenho trajetória profissional com experiência suficiente para falar, com propriedade, sobre estes assuntos. Não faço palestras apenas pelo cachê, faço palestras porque acredito que, em algumas temáticas, minha experiência vale a pena ser compartilhada. Ser palestrante não é uma profissão, é consequência de um percurso de vida, com acúmulo de conhecimentos e experiências que podem ajudar a ampliar o conhecimento ou desacomodar outras pessoas, produzindo nelas inquietações que possam lhe conduzir a novas experiências capazes de ampliar sensações, percepções e conhecimentos.