Esse ano não postei o vídeo de "Sol de Primavera" (que amo) quando entrou setembro e estou totalmente sem vontade de postar foto de quando era criança no mês de outubro nas redes sociais. O facebook tem me trazido poucas inspirações poéticas, mas muitas reflexões. Não tenho vontade de "bater panelas" para protestar nada, porque achei e sigo achando esse tipo de manifestação absolutamente característica de adolescente rebelde sem causa (ou de adulto que argumenta e contra argumenta em causa própria). Estou cansada dos "FORA PT" e por causa deste único argumento, vamos vendo impotentemente o nosso país afundar nas mãos de políticos e homens da lei que se dizem do bem, comendo caviar e bebendo champanhe em prol de um país melhor apenas para eles e seus afilhados. Estou "cheinha do saco" de ouvir pessoas manifestando-se contra a corrupção de uns, mas não contra a corrupção de todos. Exigindo punição para uns e não para outros, como se isso pudesse em algum lugar desse planeta ser chamado de justiça. Estou sem paciência e triste e não por acaso meu corpo me levou a voz, me silenciou por uns dias, acho que de tanto engolir sapos e outros bichos. Mas mesmo praticamente sem voz, eu penso, falo com as mãos e me sinto uma privilegiada, pois sou cercada de seres pensantes, iluminados, abençoados, que me permitem acreditar num mundo possível, ainda que muito diferente daquele que eu acreditava, uma vez que não acredito que sejamos capazes de resgatar, ainda nesta vida, tudo que estamos vendo ser posto no lixo. Mas prefiro seguir assim, com pensamento crítico, ético, coletivo e complexo. Ainda que queiram calar os professores e a educação, silenciar os artistas, fazer falir o sistema de saúde, aniquilar os direitos sociais, instituindo o assistencialismo barato, piegas e anestesiante. Ainda assim, sigo junto com o coletivo pensante, que pensa a partir da história (real e ficcional), da filosofia, da sociologia, da antropologia, que fazem dar sentido todas as outras ciências. Porque se não for pelo humano, para nos melhorarmos nas nossas relações sociais e com a natureza, não há razão para estarmos aqui, não há razão de se fazer ciência. Assim penso eu hoje, com o corpo cansado, sem voz, sem sono, mas ainda com esperança!!
* Só queria comentar um vídeo do maravilhoso, lúcido e sábio Leandro Karnal sobre a insana proposta da PEC 241. Daí fui escrevendo, escrevendo, escrevendo...
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