Toda vez que estendo as colchas no chão de
uma praça, distribuo os livros sobre elas e aguardo o olhar curioso das
crianças e dos adultos, me sinto como o personagem de uma das histórias que
mais amo narrar, “O homem que contava histórias”.
Sigo contando e ouvindo histórias, como ele. Eu,
no entanto, ainda acredito que as histórias que narro possam emocionar e
provocar diferentes modos de sentir, pensar e agir. Ainda acredito que elas possam
transformar um ou outro modo de afetar o mundo. Mas, como o homem que contava
histórias, também às conto para não deixar que o mundo mude a minha essência.
O bacana do espaço público é que o narrador tem
também a oportunidade de ser um escutador, de partilhar experiências, de
descobrir coisas que acontecem em contextos outros, que ele/ ela/nós desconhecemos.
Hoje, domingo de carnaval, eu fui para a
praça. Fui assim, sem anunciar. Uma praça longe do centro da cidade, onde nunca
aconteceu um piquenique literário. Os olhares foram de estranhamento. Muito
estavam envolvidos em outros fazeres, mas as crianças vieram, queriam saber dos
livros, queriam que eu contasse histórias. E ainda que ficassem indo e
voltando, sempre voltavam.
Os livros desse encontro foram (todinhos) cuidadosamente
selecionados pela equipe super parceira, amorosa e competente d’A Taba (Clube
de Assinatura de Livros Infantis). Super indico conhecer o trabalho deles nas
redes sociais. A equipe dá um suporte maravilhoso para pais, avós, professores,
para todos nós, que acreditamos na leitura como ferramenta de potência do
humano.
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