Dizem que um bom contador de histórias é
também um bom mentiroso. Para Regina Machado (Acordais, 2004, p. 16), Chicó – memorável
protagonista do Auto da Compadecida, obra do brilhante e divertido Ariano
Suassuna, - “é sem dúvida um dos grandes contadores de histórias do nosso país”.
N’O Auto da Compadecida, Chicó narra suas
aventuras com toda certeza do mundo de que tudo aquilo foi real. E quando lhe
questionam como foi que ele resolveu a situação, ele responde com segurança: “Não
sei, só sei que foi assim”. Chicó é um grande contador de histórias não porque
mente, mas porque acredita nas histórias que conta.
O Auto da Compadecida narra as aventuras dos nordestinos João Grilo e Chicó. João
Grilo é um sertanejo pobre e mentiroso e Chicó, o mais covarde dos homens. Juntos,
os dois amigos lutam para conseguir o pão de cada dia, enquanto levam suas vidas
enganando a todos no pequeno vilarejo de Taperoá, no sertão da Paraíba.
O Auto da Compadecida é uma história muito
divertida e também emocionante, especialmente quando Nossa Senhora, a Compadecida,
analisa a situação de cada personagem, buscando ver o melhor de cada um. Afinal,
se todos temos defeitos, também temos virtudes.
Uma história que promete muitas risadas e muito aprendizado
da arte de contar histórias com esses dois grandes enganadores que são João
Grilo e Chicó. Há filmes que contadores de histórias
precisam ver e O Auto da Compadecida, com certeza é um deles.
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