Dia desses, assistindo ao Top TVZ com o meu filho de 11 anos, assisti ao clipe “Eu sou a diva que você quer copiar”., de uma artista chamada Valesca Popozuda. Em seguida, apareceu uma “diva” do funk norte americano, a Nicki Minaj, com o clipe “Anaconda”. Fala sério!! É pra fazer o funk brasileiro ser considerado cult. Não gosto de funk, é um direito meu!! Não acho que o funk represente a cultura de rua, como alguns afirmam. O hip hop sim. O hip hop não é meu estilo musical preferido, mas respeito, porque tem opinião, faz uma crítica social interessante em alguns casos. Não gosto de nada que ostente nada, nem o sexo, nem a violência (seja ela do tipo que for).
Aprecio muitos estilos musicais, ouço especialmente as músicas feitas no Brasil, gosto de pesquisar, descobrir novas sonoridades, novos artistas. Portanto, não venham me dizer que não valorizo o que se faz no Brasil, quando digo que não gosto de funk, é porque não gosto deste estilo musical e dos valores que seus artistas apresentam, independente do lugar onde seja produzido. Digo isso porque fui apontada num comentário nas redes sociais que dizia que é "problema muito sério o brasileiro aceitar outro brasileiro no topo. A ignorância nos torna invejosos. É o velho complexo de vira-lata". Dizia ainda que "é uma pena como vemos o funk e as músicas da periferia aqui no Rio Grande do Sul. Temos dificuldade de lidar com o que está distante de nós, mas aceitamos facilmente músicas gauchescas que nos referem como 'chinas' ". Sou gaúcha e não gosto de estereótipos, portanto não gosto de ser chamada de “china”, nem de outra coisa qualquer. Também não tenho "complexo de vira-lata", acho incrível a arte que se faz no Brasil, amo de paixão a música do Sul, sou quase bairrista. Sou fã de carteinha do Nelson Coelho de Castro, do Raul Elwanger, da Ana Kruger, do Bebeto Alves, do Killy Freitas, do Antônio Villeroy, da Andrea Cavalheiro, Gelson Oliveira, da Mônica Tomasi, do Ângelo Primon, da Adriana Deffenti, do Fausto Prado, da Dani Rauen e de um montão de gente que não citei aqui. Gosto de música gaúcha e pra quem ainda não sabe, não é só música folclórica e campeira que se faz aqui no sul. Posso gostar de música gaúcha sem precisar usar vestido de prenda e sem falar tchê (mas falo bah, tri legal e capaz!!)!! Cada um tem seu espaço na cultura e na mídia, dizem. Será?! Tem lugar pra todos nos meios de comunicação?! Não sei!! O que sei é que a lógica do sucesso fácil, da ostentação, da estética corporal acima do talento, em nada colabora para que nossos jovens acreditem que vale a pena estudar, que vale a pena trabalhar, já que para ser “alguém” (re)conhecido, ou para ganhar dinheiro, nada disso é preciso.
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