Quando meu filho era pequeno, volta e meia me
perguntava quem, entre meus amigos, era meu melhor amigo. Difícil explicar para
uma criança que, quando crescemos, podemos ter vários melhores amigos.
Para os pequenos, todos os amigos são amigos de
infância. Para os adultos, nem todos os amigos de infância seguem sendo amigos,
alguns tornam-se apenas bons conhecidos ou conhecidos distantes.
Tenho um amigo que diz haver diferença entre
amizade e parceria. Segundo a classificação dele, existem pessoas que são excelentes
parcerias para festas e encontros casuais e existem os amigos. Depois de um bom
tempo tentando entender essa classificação, compreendi que amizade nutre-se de
um bem-querer que não se esgota, enquanto a parceria necessita de um bem-querer
apenas para aquele instante de convivência.
Tenho amig@s que conheci em momentos aleatórios, em
instantes curtos de convivência, mas que o bem-querer foi nutrido. E, daquela
semente pequenininha, jogada ao léu, brotou uma amizade. Alguns amigos e amigas
muito queridos, encontrei pessoalmente apenas uma vez. E tenho amig@s que nunca
encontrei pessoalmente, pois a distância física entre nós é enorme. Mas, apesar
da distância, nos queremos bem, acompanhamos as histórias uma da outra, nos
alegramos nas vitórias, nos fazemos presença nos momentos difíceis. A essa
presença, necessária para vida, chamo amizade.
Verdadeiros amigos não precisam estar juntos o
tempo todo, não exigem exclusividade, não necessitam de uma longa história ao nosso
lado para saber de nossa amizade, nem precisam de beijos e abraços diários para
saber que lhes queremos bem.
Amigos, no entanto, precisam ser lembrados, e saber
que são lembrados de um modo especial, por quem lhes quer bem. É muito bom receber
uma mensagem com seu nome, uma imagem que diz que lembramos especialmente del@
e não de uma multidão aleatória, um telefonema, uma chamada de vídeo, uma
pequena lembrança. Há muitas formas de se fazer presença numa amizade. Como
você tem se feito presença na vida de seus amigos?
* Este texto escrevi pensando num tantão de amigos queridos que me inspiram, apesar e para além do distanciamento social ou geográfico.
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