A CIÊNCIA, AS MULHERES E AS BARATAS
De acordo com o neurobiólogo chileno Humberto Maturana, “as emoções são um fenômeno próprio do reino animal. Todos nós, os animais, as temos”.
Todos nós, inclusive as mulheres e as baratas!!
Conta Maturana que quando à noite - nós mulheres - acendemos a luz e nos deparamos com uma barata caminhando lentamente no meio da sala e gritamos: “Uma barata!” – grito geralmente proporcional ao tamanho da nossa companheira de afazeres noturnos –, a barata (coitada), fica toda baratinada e começa a correr de um lado para outro, como nós!
De acordo com a ciência de Maturana, se pararmos para observar o que acontece, poderemos nos dar conta do que a barata pode fazer se a nossa reação for diferente – ou indiferente – à ela.
Se ficarmos baratinadas a barata também fica, mas... De acordo com a ciência, se olharmos atenta e silenciosamente, a barata, que caminha vagarosamente no meio da sala, pode parar para comer, observar o ambiente e desfrutá-lo. No entanto, se reagirmos afoitamente à sua presença, ela apenas retribui. Corre, voa e não desfruta nada do ambiente.
Aprendi com o cientista que posso conversar com as baratas. Posso até mata-las, mas de um modo mais “amoroso”. Já experimentei e dá certo, pedi para uma delas esperar para que eu buscasse o inseticida. E não é que a bichinha esperou!! Mas achei essa uma morte muito passional!!
Hoje eu contrato um assassino de aluguel, que atende pela alcunha de marido. Mas, às vezes, olhando em seus olhinhos, resolvo apenas conversar e opto pela convivência pacífica.
Hoje sei que as baratas são fortes, trabalhadoras, mães e muitas gostam de desfrutar o ambiente doméstico, como nós. Gostam também de compartilhar os espaços e de uma boa conversa entre amigas. E assim como nós, são completamente reativas e baratinadas!!
(Texto: Léla Mayer)
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