Sendo contadora de histórias, professora, fisioterapeuta e apaixonada pelo pensamento sistêmico, há "conexões ocultas" (para usar as palavras do Frijtof Capra) que não consigo deixar de fazer. Hoje estava pensando "com meus botões", será que tem alguma relação - alguma conexão oculta?! - para que o Dia Nacional do Folclore seja celebrado durante a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência?!
Desde muito cedo trabalho com "pessoas com deficiência", esse termo nem era utilizado para caracterizá-las ainda - embora essas terminologias, bem como suas definições, venham sendo repensadas e modificadas ao longo do tempo, como tão bem aponta Michel Foucault em seu livro, "Os anormais".
Houve um tempo que o termo utilizado era "deficiente". Hoje este termo está em desuso. Particularmente não gosto da palavra deficiente, nunca gostei. E acho que meus amiguinhos da foto aí de cima podem me ajudar a explicar porque. Deficiência é um termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, anatômica ou fisiológica, diz respeito à biologia da pessoa. Mas alguém ousaria me dizer no que o Saci Pererê é deficiente?! Se lhe falta uma perna sobra esperteza.
E o Curupira então?! O espertinho solta assovios agudos para assustar e confundir caçadores e lenhadores, protegendo a floresta e os animais, espantando aqueles que não respeitam as leis da natureza. Seus pés virados para trás servem para despistar os caçadores, que ao irem atrás das pegadas, vão na direção errada. Dá pra ser mais eficiente?!
O Pensamento Sistêmico propõe uma mudança de perspectiva no modo de ver o mundo. Não seria fantástico se nos permitíssimos viver num mundo onde pudessemos reconhecer nossas eficiências mais do que nossas deficiências?!
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