sábado, 25 de março de 2017

ONCE UPON A TIME (FRASES DE SÉRIES QUE AMO)

"Enquanto os senhores das trevas existiram uma coisa sempre nos limitou: a atração da família que sempre quisemos proteger; as amizades, que tornam impossível esquecer quem costumávamos ser, a magia, que ameaça desfazer os nossos feitos mais maléficos. E, o pior de tudo, o amor que se recusa a desistir de nós! Por mais que tentemos, não podemos escapar do alcance da luz!"
Nos seriados de TV encontramos frases de efeito que por vezes, de fato, nos causam algum efeito. Algumas são citações, outras são falas de personagens. Eu, particularmente, adoro registrar esses fragmentos que ficam muitas vezes escondidos. Compartilho hoje a fala do personagem Rumpelstichen - o senhor das trevas, da série Once Upon a Time (Temporada 5, episódio 2).


segunda-feira, 20 de março de 2017

POR UM MUNDO COM MAIS GRIÔS!!

Eduardo Galeano conta que para os índios do Novo México, o narrador, o que conta a memória coletiva de seu povo, seja ele homem ou mulher, está sempre grávido, sempre “brotado de pessoinhas”. O Griô (ou Griot), que também é um narrador, é um guardião de memórias, guardião da cultura de um povo, e da palavra, que para ele é sagrada. Vivemos um tempo em que a palavra deixou de ser sagrada. Aceleradamente vamos perdendo o sentido do sagrado, da ética e do respeito pelo outro. Mas, neste tempo de incoerências, polaridades, violência e intolerância, há que se encontrar guardiões que remem contra a maré, para não permitir que nossas raízes sejam arrancadas e para manter o solo fértil. É verdade que as palavras transformam o mundo, para o bem e para o mau. Foram transformadoras as palavras de Gandhi, como também foram as de Hitler. A retórica egocêntrica vem destruindo de amizades à possibilidade do pensamento crítico.  Vivemos uma epidemia de umbigos inchados, dilatados, doloridos e doentes!! Vivemos um tempo carente de líderes nos quais pudéssemos confiar e nos inspirar. Nos faltam líderes políticos, espirituais, poéticos, musicais. Nos faltam griôs!!!
O griô é um contador de histórias, mas é também um guardião da história de seu povo. É imperativo conhecermos a nossa história para que saibamos para onde ir, para fazermos boas escolhas, ou ao menos escolhas razoáveis. É necessário respeitar a cultura e a multiculturalidade. É preciso conhecer-se e (re)conhecer o outro para que possamos ouvir antes de julgar, para que possamos tentar compreender sem apedrejar. O mundo está carente de gente que saiba exercer de modo amoroso o ofício do humano.
No dia 20 de março celebra-se em todo o mundo o Dia Internacional do Contador de Histórias. O ofício do Contador de Histórias vai além do lugar onde se contam histórias ou do modo como se escolhe narrar. Há aqueles que abraçam a arte narrativa compreendendo que o seu fazer vai além do entretenimento, há aqueles que nasceram com espírito de griô e que colocam na sua arte o resgate da cultura, do folclore, das raízes, dos saberes, dos afetos.
O mundo está carente de griôs!! Se você conhece um Contador de Histórias, destes que carrega no seu fazer o espírito das histórias, saiba que você vive mais perto de um mundo onde existe espaço para todos, assim como para os bons afetos, para o resgate do humano pela palavra e pelo encantamento pelo olhar.
Léla Mayer
Professora Universitária, Escritora e Contadora de Histórias

sábado, 18 de março de 2017

COMEMORANDO O DIA INTERNACIONAL DO CONTADOR DE HISTÓRIAS NA GARATUJA MUNDO LÚDICO (2017)

 
Hoje a tarde foi de histórias lá na Garatuja Mundo Lúdico!! Tão bom narrar para os pequenos e com os pequenos, quando estes participam da narrativa como se fossem personagens das histórias! É lindo também ver os olhos atentos dos adultos, quando se permitem ser crianças, durante o tempo que dura o era uma vez. Em parceria com a Garatuja Mundo Lúdico celebrei o Dia Internacional do Contador de Histórias do modo como melhor se pode celebrar essa data, compartilhando histórias e o encantamento pela palavra. Cheia de gratidão pela participação de cada pequeno e de cada pai, mãe, avó, dinda e tia, que acompanharam seus pequenos nessa aventura deliciosa junto com o Tião, o João e o Juarez - personagens das histórias que narrei!! Gratidão ao Cássio e a Kelen, que são grandes parceiros de aventuras lúdicoliterárias!!
 
* Hoje foram narradas: “Não grita, Tião!!” (Léla Mayer, Edunisc) e “Tudo por um pacote de amendoim” (Gladis Barcellos, Ed. Paulinas).

terça-feira, 14 de março de 2017

DANÇA CIRCULAR, RODA DE CONVERSA E BOLO REDONDINHO

Como é bom estar junto, aprender junto com o outro!! Ser professora foi minha primeira escolha profissional (depois de ter passado a fase de querer ser bailarina e caminhoneira ao mesmo tempo - coisas da infância). Depois escolhi ser fisioterapeuta e me apaixonei também pela reabilitação sensóriomotora. Mas nunca abri mão de ser professora. Ser professora na formação de futuros fisioterapeutas é uma realização profissional dupla. Mas poder ser professora na formação profissional sem abrir mão de ser focalizadora de Danças Circulares, contadora de histórias e eu mesma, com minhas habilidades afetivo-culinárias, é estar além da realização profissional.
Hoje o tema da aula na disciplina de Fisioterapia Neurofuncional I foi aprendizado motor, controle motor e erros do controle motor. Optei por oportunizar aos meus alunos vivências motoras novas e para isso escolhi o caminho das Danças Circulares. Foi tão bacana!! Foi divertido e ao mesmo tempo uma experiência nova para eles. Depois de dançarmos algumas músicas, sentamos (em círculo, é claro!) para conversar sobre a experiência e a entrelaçarmos com a Fisioterapia Neurofuncional. Muitas costuras foram feitas durante esta verdadeira roda de conversa, porque é preciso conhecimento sólido de anatomia, fisiologia, biomecânica e cinesiologia para ser um bom fisioterapeuta. Mas há que se ter comprometimento e amorosidade para colocar todo esse conhecimento em prática com outro ser humano! Penso que vivências que signifiquem a convivência só fazem ampliar a formação acadêmica, porque amorosidade não se opõe ao fazer científico!!                      

sexta-feira, 10 de março de 2017

UM ENIGMA PARA QUEBRAR O TABU NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER


A página Quebrando o Tabu, do Facebook, publicou, horas antes de entrarmos no Dia Internacional da Mulher, um enigma que deixou um bocado de gente confusa, inclusive eu.
O enigma dizia: “Pai e filho sofrem um acidente terrível de carro. Alguém chama a ambulância, mas o pai não resiste e morre no local. O filho é socorrido e levado ao hospital às pressas. Ao chegar no hospital, a pessoa mais competente do centro cirúrgico vê o menino e diz: ‘Não posso operar este menino! Ele é meu filho!”.
Quem poderia ser essa pessoa, já que o pai do menino estava morto? Distintas possibilidades de respostas foram surgindo para o enigma - que o cirurgião seria o avô do garoto, ou quem sabe um padrasto. O que os leitores não se deram conta, no entanto, foi o mais evidente, que a pessoa mais competente do centro seria a mãe do garoto.
É interessante como a maioria das pessoas é levada a pensar automaticamente que quem ocuparia o cargo de cirurgião mais competente do hospital seria “evidentemente” uma figura masculina.
Penso que esse enigma tem muito a nos dizer sobre as reais conquistas femininas e o forte imaginário sobre o desempenho profissional feminino em algumas profissões.
O caminho é ainda longo, muito longo!

quinta-feira, 9 de março de 2017

ISSO QUEM FAZ É A MULHER


Nosso desgovernante máster do Brasil, presidente não eleito, em exercício do poder usurpado, para “homenagear” as mulheres em seu dia, fez um discurso super contemporâneo, caso estivéssemos vivendo nos anos 50 do século passado. Entre outros descabimentos, falou: "E, se a sociedade de alguma maneira vai bem e os filhos crescem, é porque tiveram uma adequada formação em suas casas e, seguramente, isso quem faz não é o homem, é a mulher".
Sendo assim, suponho que na sua percepção, se a sociedade de alguma maneira vai mal e os filhos crescem com fome ou cercados pela violência, a culpa é das mães, avós, tias e madrinhas. Em nada os pais, avôs, tios e padrinhos podem contribuir ou tem responsabilidade. A sociedade também não contribui ou interfere na formação de nossas crianças e a falta de segurança, de educação qualificada, de distribuição de renda justa, de acesso à cultura e saúde de qualidade, tudo isso não interfere em nada na formação de nossos pequenos, né?!! Basta que sejamos belas, recadas e do lar e está tudo resolvido!! #SQN

quarta-feira, 8 de março de 2017

ÉS LIVRE PARA SER TODAS AS MULHERES QUE HABITAM EM TI

Hoje celebramos o Dia Internacional da Mulher. Celebramos conquistas, mas sobretudo refletimos sobre as muitas lutas a serem ainda travadas. Logo pela manhã postei a seguinte mensagem na minha linha do tempo no Facebook: Para nós, que abrimos mão de príncipes encantados, mas não abrimos mão de quem nos encante, respeite e queira bem, um feliz dia!!”. Mais tarde, a linda María Vázquez postou um texto maravilhoso, chamado “Livre para ser princesa”, de autoria da lúcida e iluminada Jéssica Gómez Álvarez. Imediatamente repensei o que havia escrito bob um outro olhar, que me possibilitou uma perspectiva mais inclusiva. Não precisamos ter modelos do feminino, pois todos são estereótipos. A guerreira, a princesa, a mis, a perua, a trabalhadora, a recatada, a selvagem. Porque nos esforçamos tanto em nos enquadrar e enquadrar outras mulheres em estereótipos prontos. Toda vez que classificamos, dividimos. Toda vez que dividimos, desagregamos. Toda vez que desagregamos, perdemos força. Toda vez que mostramos nossa capacidade de desagregar, negamos a essência do feminino. Depois de ler o texto da Jéssica Gómez, reeditei o que havia escrito na minha linha do tempo: “Para nós, que até podemos abrir mão de príncipes encantados, mas não abrimos mão de quem nos encante, respeite e queira bem, um feliz dia!!”. Como é bom quando um texto nos faz refletir de tal forma que somos capazes de dar um passo atrás e reconstruir o caminho, com olhar mais ampliado e ainda mais amoroso!! 
Segue uma tradução aproximada do texto original:
LIVRE PARA SER PRINCESA
(Texto original de Jéssica Gómez Álvarez)
Somos  as feministas que eles queriam ter.
Somos as feministas que cresceram querendo jogar futebol, não porque  gostássemos de jogar futebol (embora algumas gostassem), mas porque era esporte de meninos. Que queriam colecionar cartões, jogar futebol de tampinhas (ou futebol de botão) ou pegar-se de socos, porque eram coisas de meninos. E era bom ser um menino. Era melhor ser um menino que segurar as coisas como uma menina, correr como uma menina ou chorar como uma menina.
Ser mulher não era bastante para nós, espíritos lutadores e inconformados. E não queríamos nos conformar em sermos mulheres, porque não era suficiente. Ser mulher era ser frágil. E nós, feministas, éramos fortes como eles.
Somos as feministas que quiseram ser iguais a eles. Que quiseram ser igualmente grandes, fortes, influentes, poderosas e respeitadas como eles. Que quiseram ser como eles. As que, para ser iguais a eles, se converteram neles.
Tão iguais quisemos ser que esquecemos de ser nós mesmas.
As feministas que renegaram o rosa, a maquiagem e o salto alto.  Que odiaram a purpurina e o brilho labial. Que amaldiçoaram suas regras. Que deixaram adormecer seus ciclos.
Feministas que viram na mãe amorosa a esposa submissa e acreditaram que o caminho correto era ignorar sua maternidade e tornarem-se pais.
As que nunca criaram princesas, apenas fortes guerreiras, como nós.
Somos as feministas, as que decepcionaram.
As feministas que, na peleia por conseguir o mesmo. Perderam o que já tinham. As que, para demonstrar que podiam ser tão boas como os homens, renunciaram a ser mulheres.

Esta é uma mensagem para minha filha:
És livre.
Maravilhosa e perfeita. És livre para ser a pessoa que és: não tens que te esforçar para ser nada mais. Nem homem, nem mulher.
És livre para jogar futebol, brincar de carrinho e vestir azul. Mas também para viver a vida em rosa, para enchê-la de purpurina e de unicórnios coloridos. Para pintar as unhas e olhar-se no espelho mil vezes, se é o que queres fazer.
És livre para ser forte, para ser grande, para caminhar. E es livre para ser frágil, para sentir-se pequena e para parar.
És livre – que não te esqueças nunca – para ser feliz. E és livre para sentir-se triste. E para chorar. Como uma mulher. Como um homem. Como uma pessoa. Para chorar forte, como tu choras. E para gritar tão alto quanto queiras a quem tentar negar-te esse direito. E para calar, se não tiveres força para gritar, para isso também és livre.
És livre para ser a mulher que TU queiras ser, e não a esperam que sejas. E saiba que, sendo a mulher fores, não poderias ser ninguém melhor.
És livre para ser guerreira. És livre para ser princesa. És livre para ser todas as mulheres que habitam em ti. Porque o que importa, minha querida, não é se usas botas de montanha ou sapatos de salto alto: o importante é o quão forte és capaz de pisar.

Você pode ler o texto original no blog da autora:
http://jessicagomezautora.com/libre-para-ser-princesa/

domingo, 5 de março de 2017

UMA VIAGEM MUSICAL PELA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL DA GALÍCIA: MESTRE MATEO 2017

Ontem à noite assisti à Cerimônia de Premiação do “Mestre Mateo”, na Televión de Galícia. Para boa parte dos brasileiros esta não é uma premiação conhecida, nem tão pouco a produção audiovisual feita na Galícia. Mas para mim, que acompanho a programação de lá e tenho um carinho e uma admiração imensa pelos artistas e pela arte daquele lugar, faz muito mais sentido assistir à premiação de Mestre Mateo do que do Oscar, que por sinal, não assisti.
Tenho um carinho especial pela Galícia, talvez por uma questão genética mesmo, pois meu bisavô nasceu lá. Mas tem um imaginário que acompanhou a minha infância, a confirmação desse amor quando estive lá. Só depois veio a descoberta da produção audiovisual de lá a partir de um primeiro programa que se chamava “Pequeno Hotel”, depois veio a paixão por “Padre Casares”, “Era Visto”, “Alalá”, “Grandes Lugares”, “Hospital Real”, “Dália: a modista” e muitos outros programas.
Meu programa luxo de domingo, sempre que posso, é cozinhar tomando um vinhozinho e assistindo à TVG. Porque luxo é o que nos faz bem e felizes!! Então, faz muito sentido assistir tão emocionada à Premiação de Mestre Mateo, que foi um arraso do início ao fim.
A Galícia, assim como o Brasil, não tem tradição de produção musical no cinema. E esse foi o ponto de partida para uma viagem musical crítica e muito divertida com a maravilhosa Iolanda Muíños como protagonista absoluta do gênero (feminino e musical). Arrasou na viagem que conduziu à “Alalaland”!! Foi muito, muito divertido mesmo!!
Tão lindo ver pessoas que quero tão bem e tanto admiro lá, recebendo o prêmio, felizes por fazerem a entrega dos prêmios e também assistindo e aplaudindo seus colegas!!
Estou encantada!! Foi lindo, do início ao fim!! Muitos vivas a todos que fazem a produção audiovisual na Galícia!!
Meu carinho especial à Covadonga Berdiñaz (vencedora do Mestre Mateo de melhor atriz coadjuvante), Iolanda Muíñoz, María Vazquez, Morris Duran, Mamen Quintas Cruceyra, Manuel San Martín, Federico Pérez Rey, Fina Calleja, Avelino González, Patrícia Vázquez, Alejandro Carro, Monti Castiñeiras, Mayka Braña, que produzem essa história tão lindamente!!
Quem desejar assistir à Cerimônia de entrega do Mestre Mateo e conhecer mais dessa história, deixo aqui o link:
http://www.crtvg.es/tvg/a-carta/gala-de-entrega-dos-premios-mestre-mateo-2017

sábado, 4 de março de 2017

LIVRO NA PRAÇA, LER É DESCOBRIR UM MUNDO DE POSSIBILIDADES - CONHECENDO OS DESAFIOS DE UMA SONHADORA (E FAZEDORA)


Há pouco mais de um mês recebi um e-mail com um convite tentador. Na mensagem, a querida Susana Cagliari, que até então era amiga de uma amiga, me convidava para participar da sua banca de defesa no curso de Teoria e Prática na Formação do Leitor, onde apresentaria seu trabalho intitulado "LIVRO NA PRAÇA, LER É DESCOBRIR UM MUNDO DE POSSIBILIDADES: O espaço não formal contribuindo para a formação do leitor literário”.  Susana encerra sua mensagem dizendo: “Agradeço desde já sua atenção e vou entender se não puderes vir, mas gostaria de lhe agradecer por ter sido minha inspiração neste projeto. Abraços!! Susana”. Dava pra recusar?! Felizmente consegui acomodar na agenda a viagem a Porto Alegre para participar desse momento tão querido!
Hoje foi o dia da Banca de defesa do TCC da querida Susana Cagliari, no Curso de Especialização em Teoria e Prática da Formação do leitor, na UERGS, em Porto Alegre. Posso dizer que foi um encontro de trabalho acadêmico e amoroso. A literatura, se permitirmos, cria e amplia laços afetivos. Estávamos lá, juntas, discutindo sobre a formação do leitor literário. Quatro mulheres, cada uma moradora de um ponto distante do estado, reunidas porque acreditamos que um outro mundo é verdadeiramente possível!! Grata Susana e Veronice, pelo convite para participar da banca!! Grata Rejane, pela parceria e pelo sorriso amoroso!! Parabéns Susana pelas lindas ações que te movem!!


Ahhh!! Já ia esquecendo do mimo tão amoroso quanto delicioso que ganhamos!! Em tempos de presentes prontos, fomos presenteadas com caixas lindinhas, recheadas com docinhos preciosos preparados com carinho pelas mãos da própria Susana!! Dá pra não se encantar?!